Americanas ficará em “modo de recuperação” até 2026

Passar por dificuldades financeiras pode comprometer uma empresa no mercado, levando prejuízo a funcionários e clientes.A Americanas, uma das varejistas mais conhecidas no Brasil, continua enfrentando um longo processo de recuperação judicial após o escândalo de uma possível falência que abalou a companhia em 2023. A avaliação foi feita pelo presidente da empresa, Leonardo Coelho, nesta quinta-feira (27), ao comentar sobre os desafios enfrentados pela companhia e o impacto nos resultados financeiros do quarto trimestre de 2024.Coelho afirmou que a recuperação da empresa levará ainda “pelo menos cinco ou seis trimestres” e destacou que a companhia está em “modo de recuperação” após a crise que eclodiu no início do ano passado. “Temos que lembrar o tamanho da crise no início de 2023. Sempre dissemos que era um processo longo. Não se consegue fazer uma recuperação que deixe a companhia preparada para o longo prazo acelerando além do que ela suporta”, disse o presidente da Americanas.CONTEÚDOS RELACIONADOS: Caso Americanas desafia regulação no mercado financeiroEm crise, unidades da Americanas em Belém começam a fecharA diretora financeira da empresa, Camille Loyo Faria, também reforçou a expectativa de que a companhia finalize o processo de recuperação judicial até o final de 2026. Nesse período, a Americanas espera cumprir “99% do plano” de reestruturação que vem sendo implementado desde o início da crise.Queda nas ações e prejuízo no 4º trimestreAs ações da Americanas sofreram uma forte queda nesta quinta-feira (27/3), após a divulgação dos resultados financeiros do quarto trimestre de 2024. Por volta das 14h (horário de Brasília), os papéis da varejista registravam uma desvalorização de quase 25%, sendo negociados a R$ 6,79 na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).A companhia reportou um prejuízo líquido de R$ 586 milhões no período entre outubro e dezembro de 2024, revertendo o lucro líquido de R$ 2,56 bilhões registrado no mesmo período do ano anterior. O Ebitda ajustado da Americanas no quarto trimestre foi de R$ 180 milhões, superando o Ebitda negativo de R$ 1,18 bilhão no quarto trimestre de 2023.Quer mais notícias do Brasil? Acesse nosso canal no WhatsAppA receita líquida consolidada da companhia somou R$ 4,3 bilhões no período, uma queda de 4,5% em relação ao quarto trimestre de 2023. No acumulado de 2024, a receita líquida totalizou R$ 14,3 bilhões, com uma redução de 2,8% em comparação ao ano anterior.O impacto do rombo contábil de R$ 20 bilhõesO escândalo contábil que abalou a Americanas teve início em janeiro de 2023, quando a empresa revelou ao mercado a descoberta de “inconsistências contábeis” em seus balanços financeiros. O rombo inicialmente estimado em R$ 20 bilhões desencadeou uma série de eventos que resultaram em um colapso financeiro para a companhia.Esse episódio é considerado o maior escândalo corporativo da história do Brasil e afetou profundamente a reputação e os resultados da empresa. Mais de dois anos após a revelação das irregularidades, a Americanas ainda está em processo de recuperação, com o caminho para uma recuperação total ainda distante.Com uma trajetória de desafios pela frente, a empresa segue tentando reverter os danos causados pelo escândalo e retomar sua posição no mercado brasileiro.
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