Oposição faz “obstrução parcial” na Câmara em reação ao STF

O líder da Oposição na Câmara dos Deputados, Luciano Zucco (PL-RS), disse ao Poder360 que o grupo faz “obstrução parcial” na Casa Baixa a partir desta 3ª feira (25.mar.2025), em reação ao julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) da denúncia da PGR (Procuradoria Geral da República) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 7 pessoas sobre uma tentativa de golpe de Estado em 2022. 

Zucco orientou os deputados oposicionistas a obstruírem as comissões realizadas na tarde desta 3ª feira (25.mar), desde que não atrapalhem o andamento de projetos da bancada feminina da oposição. A Comissão de Segurança Pública, comandada pelo deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), também está imune.

Durante reunião da bancada do PL, o líder do partido, Sóstenes Cavalcante (RJ), lembrou os deputados que o presidente da Câmara nesta semana é Altineu Côrtes (PL-RJ), 1º vice-presidente da Casa, que substitui Hugo Motta (Republicanos-PB) durante viagem do republicano ao Japão.

“Hoje é o primeiro dia que a Casa é presidida pelo 1º vice-presidente, Altineu. Como é que a gente vai fazer obstrução ao presidente do nosso partido?”, disse e deixou que os deputados decidissem como prosseguir.

Durante as reuniões das comissões, os deputados da Oposição estão aproveitando os tempos de fala para comentar o julgamento de Bolsonaro. 

JULGAMENTO

O foco da análise no STF é o 1º dos 4 grupos de denunciados. É o núcleo central da organização criminosa, do qual, segundo as investigações, partiam as principais decisões e ações de impacto social. São eles:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Abin;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice-presidente em 2022.

Os núcleos 2 (gerência) e 3 (execução) também já têm data marcada para deliberação pelo colegiado.

O núcleo de gerência, responsável pela coordenação e monitoramento das ações do grupo, terá a denúncia analisada em 3 sessões: uma em 29 de abril, às 14h, e as outras duas em 30 de abril (às 9h30 e às 14h). O grupo é formado por 6 pessoas, dentre eles ex-ajudantes de Bolsonaro, uma ex-delegada da PF (Polícia Federal) e o ex-diretor da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Silvinei Vasques.

Já a deliberação sobre o núcleo 3, o de execução, que, segundo as investigações, liderava as ações para monitorar e pressionar as autoridades públicas, está marcada para 8 de abril (às 9h30 e às 14h) e 9 de abril (às 9h30). Fazem parte desse grupo 12 militares e policiais.

A análise da denúncia contra o núcleo de desinformação, composto por militares e policiais, ainda não tem data agendada na 1ª Turma.

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