Consignado privado para CLT é aposta contra superendividamento, diz Haddad

Durante o evento “Rumos 2025”, em São Paulo, nesta segunda-feira (24), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu o novo crédito Consignado privado como uma forma de combater o superendividamento.

Ele afirmou que a medida não está ligada ao momento econômico atual, mas à necessidade de oferecer crédito mais acessível e com juros menores para trabalhadores com carteira assinada.

Confira o que disse Haddad sobre o novo crédito Consignado para CLT e entenda como a medida pode reduzir o superendividamento no país.

Medida visa melhorar ambiente microeconômico

O novo modelo do Crédito do Trabalhador, que começou a ser implementado na última sexta-feira (21 de março), funciona de forma semelhante ao já conhecido empréstimo com desconto em folha usado por aposentados do INSS e servidores públicos. 

A diferença é que, antes, trabalhadores CLT só conseguiam contratar esse tipo de crédito caso a empresa onde trabalham tivesse convênio direto com o banco.

Com o novo modelo, isso muda e o trabalhador passa a ser o centro da contratação, sem depender do empregador

A solicitação ocorre por meio do aplicativo Carteira de Trabalho Digital, de forma simples, segura e digital.

“O Banco Central faz o trabalho dele com a Selic. Nós, do governo, criamos condições microeconômicas mais favoráveis”, disse Haddad.

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Alternativa aos juros altos do crédito pessoal

O ministro destacou que o novo Consignado privado pode reduzir consideravelmente os custos dos empréstimos para quem hoje recorre ao crédito pessoal comum, cartão de crédito rotativo ou cheque especial, modalidades conhecidas pelas taxas de juros extremamente elevadas.

“Estamos oferecendo uma alternativa com juros civilizados, diferente dos produtos financeiros que, muitas vezes, levam ao superendividamento mesmo com pequenos valores emprestados”, afirmou.

Segundo Haddad, essa estrutura dá mais autonomia ao trabalhador, que pode comparar ofertas de vários bancos diretamente no aplicativo da CTPS Digital, escolher a proposta com as melhores condições e contratar com desconto direto na folha de pagamento, sem intermediários.

Saiba mais: Como funciona o Empréstimo Consignado privado?

Críticas e contraponto à política do Banco Central

Apesar da medida, economistas criticam o momento em que o governo promove estímulos ao consumo, como o novo Consignado CLT e a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda, enquanto o Banco Central mantém juros altos para tentar conter a inflação.

Haddad rebateu as críticas, afirmando que as ações do Executivo visam fortalecer a base da economia, sem interferir no papel autônomo do BC.

“Apesar do cenário econômico, não se pode usar a inflação como pretexto para adiar essa medida”, pontuou.

“O que estamos fazendo é criar um ambiente mais saudável para o trabalhador acessar crédito e reorganizar sua vida financeira”, acrescentou.

Leia mais: Consignado privado vale a pena?

Modelo anterior não beneficiava diretamente o trabalhador

Na estrutura anterior, o crédito Consignado para trabalhadores da iniciativa privada exigia um convênio entre empresa e banco. 

Com isso, muitos trabalhadores ficavam de fora do acesso ao crédito mais barato, mesmo com carteira assinada.

“A parte interessada, que é o empregado, sequer participava do processo. Agora, ele é quem decide com quem quer contratar”, explicou Haddad.

A nova versão do crédito Consignado para CLT promete maior transparência, liberdade de escolha e taxas de juros mais justas, além da possibilidade de portabilidade a partir de junho.

“É um projeto que vinha sendo desenvolvido há mais de um ano para que o celetista tenha os mesmos direitos do servidor público”, afirmou o ministro.

Confira: O que e quanto é a margem no Consignado privado?

Haddad também comentou sobre contas públicas e arcabouço fiscal

Além da defesa do novo Consignado CLT, Haddad abordou temas fiscais durante o evento, como a meta de déficit zero, os gastos tributários e o funcionamento do arcabouço fiscal. 

Segundo ele, a estrutura do arcabouço está sólida, mas os parâmetros podem ser ajustados conforme a realidade fiscal e macroeconômica.

“A arquitetura do arcabouço é robusta. Ajustes podem e devem ser feitos, mas sem comprometer o princípio da responsabilidade fiscal”, disse.

Após suas falas, o mercado reagiu com oscilação do dólar, que inicialmente subiu, mas reduziu o ritmo após o ministro explicar, na rede social X (antigo Twitter), que suas declarações estavam sendo distorcidas. 

A fala de Haddad reforça o compromisso em democratizar o acesso ao crédito com juros mais baixos e oferecer alternativas reais à população trabalhadora, em especial àqueles que sofrem com as altas taxas de produtos financeiros tradicionais.

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