AfD toma posse no Parlamento alemão com sua maior bancada

O partido de direita AfD (Alternativa para a Alemanha) tomou posse nesta 3⁠ª feira (25.mar.2025) de sua maior fatia de assentos em sua história na 1⁠ª sessão do novo Parlamento alemão, exigindo influência proporcional em uma instituição que enfrenta a maior crise diplomática e econômica do país em décadas.

A AfD ficou em 2⁠º lugar na eleição federal de 23 de fevereiro, o melhor desempenho de um partido da direita desde a 2⁠ª Guerra Mundial, impulsionada por anos de fraco desempenho econômico e incerteza causada pela invasão da Ucrânia pela Rússia.

Em poucos minutos de sessão, a AfD exigiu que seu ex-líder Alexander Gauland, o integrante mais velho do Parlamento, abrisse a sessão em vez de Gregor Gysi, do partido Esquerda, o integrante mais antigo. As regras foram alteradas em 2017 especificamente para impedir que um integrante da AfD abrisse o Parlamento.

“Seus truques não impedirão nossa ascensão”, disse o líder parlamentar da AfD, Bernd Baumann.

Gysi, um advogado de defesa criminal na Alemanha Oriental que mais tarde chefiou o sucessor do Partido Comunista, repreendeu o político da AfD Stephan Brandner por classificar a rejeição de outros partidos às suas moções como “repulsiva e desprezível”.

O grupo da AfD não é apenas duas vezes maior do que antes, com 152 assentos dos 630 totais no Parlamento, mas contém parlamentares que têm expressado pontos de vista mais extremos.

O antigo partido libertário de economistas antieuropeus tem se direcionado para a direita nacionalista desde sua fundação em 2013, opondo-se à imigração muçulmana, inclinando-se para a Rússia na guerra contra a Ucrânia e exigindo a abolição da União Europeia.

O novo Parlamento toma forma depois de 2 anos consecutivos de contração econômica e nervosismo quanto à resposta da Alemanha e da Europa à guerra da Ucrânia e ao retorno de Donald Trump à Casa Branca.

Essa incerteza também impulsionou a esquerda, que voltou do quase esquecimento para registrar seu melhor desempenho eleitoral em anos.


Por Thomas Escritt

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