Adolescente brasileiro-palestino morre em prisão israelense

Um adolescente brasileiro-palestino de 17 anos morreu na prisão israelense de Megido, informou o Ministério de Relações Exteriores nesta 3ª feira (25.mar.2025). As circunstâncias e a data exata da morte de Walid Khaled Abdullah Ahmed ainda não foram esclarecidas.

Segundo o governo brasileiro, Walid foi detido em 30 de setembro de 2024 na Palestina e levado por forças israelenses à prisão. Ele residia na Cisjordânia.

Na nota, o Itamaraty informou que o governo israelense deve, “conduzir investigação célere e independente acerca das causas do falecimento, bem como dar publicidade às suas conclusões”, em “linha com suas obrigações internacionais”. Ainda, que o Escritório de Representação do Brasil em Ramala está em contato com a família de Walid e prestando a assistência consular cabível.

Atualmente, 11 brasileiros residentes na Palestina seguem presos em Israel. De acordo com o governo, “a maioria dos quais sem terem sido formalmente acusados ou julgados”. O Brasil chamou a prática de “clara violação ao Direito Internacional Humanitário”.

“O governo brasileiro solidariza-se com os familiares e amigos do nacional e transmite sinceras condolências, ao tempo em que continuará a exigir do governo de Israel as explicações necessárias acerca da morte do menor”, disse a nota.

O comunicado da morte foi feito pela Fepal (Federação Árabe Palestina do Brasil), que afirmou que Walid é um dos mais de 60 reféns assassinados por forças israelenses em nas prisões desde outubro de 2023. A entidade relata, em nota, que a estrutura que o jovem estava é conhecido por torturas como choques elétricos, espancamentos, privação de comida e até o uso de cachorros para torturar os reféns. A Fepal contesta a morte de Walid pedindo para que o Itamaraty tome uma medida à altura sobre a fatalidade.

“Passou –e muito!– da hora do Brasil romper laços diplomáticos e todos os acordos de cooperação com ‘Israel’. Se a orgia genocidária promovida pelos israelenses em Gaza não foi o suficiente para o Itamaraty tomar uma medida à altura, será que um adolescente brasileiro torturado até a morte em um campo de concentração sionista fará com que os diplomatas e o governo brasileiro enxerguem a necessidade civilizatória de romper com “israel”? Aliás, o Itamaraty estava ciente de que havia um cidadão brasileiro menor de idade submetido a tortura nas prisões israelenses há meses?”.

Leia a íntegra da nota do MRE:

“O governo brasileiro tomou conhecimento, com profunda consternação, da morte do cidadão brasileiro Walid Khalid Abdalla Ahmad, de 17 anos, na prisão israelense de Megido. O adolescente, residente da Cisjordânia, no Estado da Palestina, fora detido em 30 de setembro de 2024 na Palestina ocupada, e levado por forças israelenses à prisão de Megido, em território israelense.

“As circunstâncias e a data exata do óbito ainda não foram esclarecidas. Em linha com suas obrigações internacionais, o governo israelense deve conduzir investigação célere e independente acerca das causas do falecimento, bem como dar publicidade às suas conclusões.

“Onze brasileiros residentes no Estado da Palestina seguem presos em Israel, a maioria dos quais sem terem sido formalmente acusados ou julgados, em clara violação ao Direito Internacional Humanitário.

“O Escritório de Representação do Brasil em Ramala, no Estado da Palestina, está em contato com a família de Walid Khalid Abdalla Ahmad e está prestando a assistência consular cabível.

“O governo brasileiro solidariza-se com os familiares e amigos do nacional e transmite sinceras condolências, ao tempo em que continuará a exigir do governo de Israel as explicações necessárias acerca da morte do menor.”

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