Produtores conciliam atividade agrícola e conservação da floresta

A preservação da floresta e a produção agrícola devem caminhar juntas no Pará, com o cenário idela de que agricultores adotem práticas sustentáveis para evitar o desmatamento. Rozinaldo Teixeira de Jesus, produtor em Almeirim, é um exemplo desse modelo. Ele e sua família cultivam suas terras sem abrir novas áreas na mata nativa, utilizando técnicas como a rotação de culturas para manter a produtividade.”Antigamente, se pensava em abrir novas áreas, mas hoje sabemos que isso causa um grande impacto. Trabalhamos apenas em áreas degradadas”, afirma Rozinaldo, que também incentiva outros agricultores a adotarem essa prática.O reconhecimento pela conservação, além dos efeitos de preservação ambiental e benefícios climáticos sentidos na pele, vem através de incentivos financeiros, como os do projeto Floresta+ Amazônia, desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente e o PNUD. O programa remunera produtores que mantêm a floresta em pé, valorizando o papel deles na redução das emissões de gases de efeito estufa.DESTAQUEAtravés do sistema de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA), o Projeto Floresta+ Amazônia valoriza trabalhadores e trabalhadoras rurais da Amazônia Legal que preservam a floresta em suas propriedades. O assessor técnico do Projeto Floresta+ Amazônia, Carlos Casteloni, ressalta a importância do pequeno produtor na conservação ambiental. “Os agricultores são verdadeiros guardiões da floresta. Ao preservar suas terras, eles contribuem para a manutenção da biodiversidade, a geração de oxigênio e a redução dos gases do efeito estufa”, explica.Financiado pelo Fundo Verde para o Clima (GCF), o projeto destina recursos para quem protege a vegetação nativa, beneficiando não apenas pequenos produtores, mas também comunidades tradicionais, como ribeirinhos e quilombolas.PARÁO Pará é o estado que mais se destaca na adesão ao Floresta+ Amazônia. “Dos nove estados da Amazônia Legal, o Pará tem a maior quantidade de beneficiários e de área preservada”, afirma Casteloni. O Estado já recebeu mais de R$ 3 milhões em incentivos e concentra 2.075 hectares dos 3.117 hectares de floresta conservada pelo projeto.Uma nova chamada do programa prevê a distribuição de R$ 2 milhões aos produtores, sendo que R$ 1,3 milhão será destinado ao Pará, consolidando o estado como referência na regularização ambiental e na manutenção da floresta em pé.
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