Alemanha reabre embaixada na Síria após 13 anos

Missão diplomática foi fechada em 2012, logo no início da guerra civil síria. Em Damasco, ministra alemã do Exterior, Annalena Baerbock, defende um “novo começo político entre a Europa e a Síria”.A Alemanha reabriu sua embaixada na Síria nesta quinta-feira (20/03), pouco mais de três meses após a queda do ex-presidente Bashar al-Assad.

Fechada em 2012, em meio à guerra civil no país árabe, a representação foi oficialmente reaberta pela ministra do Exterior da Alemanha, Annalena Baerbock, em sua segunda visita a Síria desde o colapso do regime.

A política verde informou que um número reduzido de diplomatas alemães retomará suas atividades em Damasco, mas o trabalho consular, como a emissão de vistos, permanecerá em Beirute, no vizinho Líbano.

A mudança marca um passo significativo na restauração das relações entre Berlim e o novo governo em Damasco, que enfrenta problemas humanitários e de segurança enquanto tenta reconstruir o país após a queda de Assad.

Na Alemanha vivem mais de 1 milhão de sírios, muitos dos quais fugiram de sua terra natal durante a sangrenta guerra civil.

Agenda de Baerbock na Síria

Baerbock deve se reunir nesta quinta-feira com o presidente interino da Síria, Ahmed al-Sharaa, e representantes de organizações da sociedade civil. A visita transcorre apenas duas semanas após confrontos violentos entre grupos leais a Assad e as novas forças do governo no noroeste do país.

Mais de 1.500 cidadãos foram mortos, sobretudo civis da minoria religiosa alauíta, à qual Assad pertence, informou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, uma organização sediada em Londres que monitora a situação na Síria.

Em Beirute, antes de embarcar para a Síria, Baerbock condenou o “assassinato seletivo de civis”, que descreveu como um “crime terrível” que causou danos consideráveis à confiança no novo regime. Ela pediu ao governo de transição que “controle as ações dos grupos dentro de suas próprias fileiras e puna os responsáveis”.

Alemanha reitera apoio a Damasco

Baerbock reafirmou o compromisso da Alemanha de manter o fornecimento de ajuda humanitária à Síria e sinalizou um possível alívio das sanções, mas apenas sob certas condições.

“Um novo começo político entre a Europa e a Síria, entre a Alemanha e a Síria, é possível”, afirmou. Isso exigiria compromissos claros para garantir liberdade, segurança e oportunidades iguais para todos os sírios, independentemente de gênero, etnia ou religião.

A Alemanha anunciou nesta segunda-feira uma ajuda de 300 milhões de euros (R$ 1,8 bilhão) para a reconstrução da Síria, no âmbito de uma conferência de doadores que arrecadou um total de 5,8 bilhões de euros.

Outros membros da União Europeia (UE) também retomaram suas relações diplomáticas com a Síria. A Itália reabriu sua embaixada em Damasco em 2024, antes da queda de Assad, e a Espanha fez o mesmo após a deposição do ditador.

rc/av (AP, AFP, DPA, Reuters)

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