Synchron lança nova interface cérebro-computador com IA da Nvidia

Resumo
  • A Synchron apresentou uma interface cérebro-computador com IA da Nvidia, compatível com o Apple Vision Pro.
  • Um vídeo demonstrativo mostrou como o implante cerebral permite que pacientes com paralisia controlem dispositivos com o pensamento.
  • A empresa revelou um roteiro para o desenvolvimento do Chiral, seu modelo de “IA cognitiva”.

A Synchron revelou nesta quarta-feira (19/03) o roteiro para o Chiral, seu modelo de base voltado ao desenvolvimento da chamada “IA cognitiva”. O anúncio acontece durante a conferência Nvidia GTC, realizada nesta semana em San Jose, na Califórnia.

Na GTC 2025, a Synchron demonstrou como sua interface cérebro-computador (BCI, na sigla em inglês), alimentada pela plataforma Nvidia Holoscan, poderia ser exibida no Apple Vision Pro, permitindo que indivíduos controlassem ambientes digitais e físicos através do Stentrode, implante em forma de chip cerebral da empresa.

Como foi a demonstração da Synchron na Nvidia GTC?

Em uma apresentação em vídeo, a Synchron mostrou como a tecnologia funciona em um paciente com esclerose lateral amiotrófica (ELA), que consegue controlar dispositivos domésticos usando apenas a mente. A ELA é uma doença neurodegenerativa progressiva que afeta os músculos, levando à paralisia.

No vídeo, Rodney Gorham, diretamente de sua casa em Melbourne, na Austrália, realiza tarefas cotidianas sem qualquer movimento físico. Ele consegue tocar músicas em um alto-falante, ajustar a iluminação, ligar um ventilador, ativar um alimentador automático para animais e operar um aspirador de pó robótico.

Gorham recebeu o implante da interface em 2020. Inicialmente, ele usava para digitar em computadores, iPhones e iPads. Com a integração ao Apple Vision Pro, é possível olhar para um dispositivo e visualizar um menu interativo sobreposto ao ambiente físico, tornando o controle mais intuitivo.

Qual é o plano da Synchron e da Nvidia para a “IA cognitiva”?

Em entrevista à Wired, Tom Oxley, CEO da Synchron, enfatizou que a interface opera em tempo real, funcionando continuamente, “24 horas por dia, 7 dias por semana”. 

É nesse cenário que entra a Nvidia: para alcançar esse nível de desempenho, a empresa se apoia na parceria, que fornece a infraestrutura necessária para processar grandes volumes de dados cerebrais.

Segundo Oxley, a IA cognitiva marca uma nova fase na evolução da inteligência artificial, sucedendo a IA agêntica (capaz de tomar decisões de forma independente) e a IA física (integrada a robôs e dispositivos).

De acordo com o comunicado feito pela Synchron hoje, a empresa busca três objetivos para chegar à chamada IA cognitiva:

  1. Inferência motora em tempo real: aprimorar a decodificação neural para reduzir a latência, tornando o controle de dispositivos mais rápido e preciso.
  2. Interação com reconhecimento de contexto: com a plataforma Nvidia Omniverse e os modelos Cosmos, a tecnologia deve criar simulações realistas de ambientes domésticos, permitindo interações mais intuitivas e preditivas.
  3. Treinamento do modelo “Chiral”: utilizar dados neurais de forma anônima para treinar o Chiral, modelo que interpreta intenções humanas e evolui continuamente, abrindo caminho para uma IA cognitiva geral.

No final do ano passado, a Synchron publicou os resultados de um estudo de segurança de um ano feito com Stentrode. O estudo acompanhou seis participantes que perderam os movimentos dos braços. Todos conseguiram usar a interface para controlar um cursor na tela e realizar cliques, sem complicações graves relacionadas ao cérebro ou aos vasos sanguíneos.

Com informações da Wired

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