14º salário? Isenção do IR pode garantir mais dinheiro na renda anual

O Governo Federal enviou ao Congresso um projeto que propõe isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil por mês. Caso aprovada, a medida entrará em vigor em 2026.

Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), a proposta pode gerar um aumento na renda líquida dos trabalhadores, equivalente a um 14º salário ao longo do ano.

Confira os detalhes sobre as mudanças na isenção do Imposto de Renda, os impactos e quem poderá ser beneficiado.

Projeto de isenção do IR pode beneficiar milhões de brasileiros

O Governo Federal apresentou ao Congresso Nacional um projeto para alterar a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR). As mudanças incluem:

  • Isenção do IR para quem recebe até R$ 5 mil mensais
  • Redução da carga tributária para quem tem rendimentos de até 7,5 mil mensais

Além disso, a proposta inclui um imposto mínimo para quem ganha acima de R$ 50 mil por mês, com alíquota de até 10% sobre todas as fontes de renda, incluindo investimentos.

  • Renda acima de R$ 50 mil mensais: aumento na alíquota do IR
  • Renda acima de R$ 84 mil mensais: carga tributária de até 10%

Segundo cálculos do governo, um trabalhador que recebe R$ 5 mil mensais atualmente paga cerca de R$ 400,00 por mês de Imposto de Renda. 

Com a nova regra, esse valor deixaria de ser descontado, o que representa uma economia anual de quase R$ 5.200,00, equivalente a um 14º salário ao longo do ano.

Nós fizemos as contas. Um trabalhador que ganha na faixa de R$ 4 mil a R$ 5 mil, isso vai significar quase um 14º salário. Essa é a economia que a pessoa vai ter ao longo de 12 meses, uma economia de quase um salário mensal. Isso é muito importante para uma família“, afirma Haddad.

A isenção do IR atual é para salários de até R$ 2.824,00, considerando o desconto simplificado. Se a mudança for aprovada, milhões de brasileiros serão beneficiados com menos desconto na folha.

A expectativa é que a medida beneficie 32 milhões de brasileiros, reduzindo a tributação da classe média e estimulando a economia com mais dinheiro circulando no mercado.

Entenda: Declaração completa ou simplificada? Qual usar no IR?

Como será a tramitação do projeto no Congresso?

A proposta precisa ser analisada e aprovada pelo Congresso Nacional antes de entrar em vigor. O governo espera que o texto seja debatido ainda em 2025 para valer em 2026.

Se aprovada, a medida entrará no orçamento do próximo ano, impactando diretamente a arrecadação federal e exigindo compensações para evitar um rombo fiscal.

Entre as alternativas discutidas, está a maior tributação sobre os mais ricos, como forma de equilibrar a perda de arrecadação com a isenção para quem ganha menos.

Saiba: Quem precisa declarar Imposto de Renda em 2025?

Próximas etapas e taxação dos mais ricos

O projeto de mudança na faixa de isenção do IR agora será debatido no Congresso e deverá passar por reformulações.

Para cobrir a perda de arrecadação, estimada em R$ 27 bilhões anuais, a proposta prevê um imposto mínimo sobre altas rendas, incluindo a tributação de dividendos acima de R$ 600 mil ao ano (aproximadamente R$ 50 mil por mês).

Nós vamos beneficiar 10 milhões de mulheres e homens. E sabem que vai pagar para que a gente possa dar esse benefício para 10 milhões? Apenas 141 mil brasileiros que ganham acima de R$ 600 mil por ano, R$ 1 milhão por ano. Não tem política mais justa do que essa“, declarou o presidente Lula.

Durante uma cerimônia no Palácio do Planalto, Lula afirmou que o projeto aborda a “justiça tributária” e que o texto manterá a neutralidade em relação ao impacto fiscal.

É importante a gente colocar a palavra neutralidade. Esse projeto não aumenta um centavo na renda do governo, não vai machucar ninguém, não vai deixar ninguém pobre”, afirmou Lula.

Confira: [Guia atualizado] Como declarar Imposto de Renda

Não vai fazer com que os que contribuem deixem de comer sua carne, sua salada, seu camarão, sua lagosta, seu filé mignon. Mas vai permitir que o pobre possa comer um pouco de carne, seja músculo, seja filé mignon, seja alcatra, seja contrafilé, seja um fígado”, completou o presidente.

A análise do projeto no Legislativo começará pela Câmara dos Deputados. Durante a cerimônia, o deputado Hugo Motta informou ao presidente e ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que a proposta provavelmente sofrerá ajustes no Congresso, mas garantiu que terá prioridade na tramitação.

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