O secretário de Mudanças Climáticas da Prefeitura de São Paulo, José Renato Nalini, afirmou que a população paulistana “corre o risco” de ficar sem abastecimento de água por conta da contaminação da represa do Guarapiranga. A declaração foi dada nesta 2ª feira (17.mar.2025), durante a participação no programa “Roda Viva”, da TV Cultura.
“Eu acho que o problema mais grave dentro da nossa secretaria é a questão da escassez hídrica. São Paulo corre o risco de ficar sem água. Pelo menos metade da população de São Paulo é abastecida pela represa do Guarapiranga. Essa represa é a única que é nutrida por nascentes locais. […] E o processo de ocupação, de invasão, de destruição da mata, de construções irregulares na Guarapiranga está cada dia mais grave”, afirmou o secretário.
Nalini ainda citou uma operação integrada da secretaria com a Polícia Militar Ambiental e a Guarda Municipal Ambiental, para a preservação da água, mas afirmou que a equipe é “impotente” diante da “intensidade da ocupação”. Segundo o secretário, a operação é realizada de 2 a 3 vezes por semana, mas, mesmo assim, “não é possível vencer esse movimento”.
“É um movimento incentivado até por pessoas que não poderiam incentivar. A água está comprometida e contaminada. O Instituto de Engenharia disse que ela tem coliformes fecais, porque tem esgoto in natura, jogado por quem constrói irregularmente, tem resíduos de fármacos como anticoagulante, antidepressivo, antibiótico, anticoncepcional, cocaína, que é expelida na urina, e microplástico. Tem tudo isso na água que nós bebemos, ela já não é mais água”, afirmou.
QUEM É JOSÉ RENATO NALINI
Atualmente secretário de Mudanças Climáticas da cidade de São Paulo, José Renato Nalini já ocupou cargos de relevância, como a presidência do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo).
José Renato Nalini nasceu em 24 de dezembro de 1945, em Jundiaí (SP). Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito da PUC-Campinas, na turma de 1970.
Ele também atuou como promotor de Justiça nas cidades de Votuporanga, Itu, São Paulo e Ubatuba. Mais tarde, ingressou na magistratura, tornando-se juiz em 1976. Desde então, exerceu a função nos municípios de Barretos, Monte Azul Paulista, Itu, Jundiaí e São Paulo.
Além das atividades jurídicas, Nalini também é reitor da Uniregistral e membro imortal da APL (Academia Paulista de Letras) e da ABE (Associação Brasileira de Educação).