Ibovespa opera entre altas e baixas em dia de novidades do IR; JBS dispara e Vale recua

O Ibovespa abre o pregão desta terça-feira, 18, entre altas e baixas, em um dia de retração de Vale, alta forte de JBS e a notícia vinda de Brasília de que o Governo Federal deve taxar lucros e dividendos para compensar isenção de Imposto de Renda para quem ganhar até R$ 5 mil mensais.

+Governo deve taxar lucros e dividendos para compensar isenção de IR até R$ 5 mil

O Ibovespa abriu em alta de 0,43% nos primeiros 30 minutos, mas logo depois desacelerou a alta e passou a operar no vermelho, alternando entre altas e baixas nos momentos seguintes. Às 11h10 o principal índice da bolsa de valores opera 130.859 pontos, em alta de 0,019%.

Na ponta positiva, a JBS dispara mais de 14% em um após a empresa divulgar na véspera que a BNDESPar, braço de investimentos do BNDES, decidiu se abster de votar sobre a proposta de dupla listagem de ações da companhia nos Estados Unidos e no Brasil.

Na visão de analistas do Safra, o acordo elimina um dos principais riscos para o processo.

“Isso coloca a decisão final nas mãos dos acionistas minoritários, que têm maior inclinação a aprovar a proposta, dado o potencial destravamento de valor”, afirmaram Ricardo Boiati e equipe em relatório a clientes.

Já na ponta negativa, as ações da Vale recuam 0,6%, puxando o Ibovespa para baixo. Os papéis da mineradora caem em um dia negativo para o minério de ferro em Dalian, com a commodity recuando 0,58%, a 777,00 iuanes (US$ 107,42).

Da mesma forma, os papéis da CSN amargam perdas, recuando 3,3% e figurando como maior baixa do índice.

O dólar opera em alta no mercado à vista, em 0,10% a R$ 5,69, ao passo que os índices em Wall Street seguem no vermelho, com o S&P 500 caindo 1% enquanto o Nasdaq recua 1,7% e o Dow Jones cai 0,4%.

Governo quer taxar dividendos

O governo Luiz Inácio Lula da Silva vai propor uma tributação de 10% sobre lucros e dividendos remetidos ao exterior para compensar parte da renúncia de arrecadação provocada pelo aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda para pessoas que recebem até R$5 mil por mês, segundo informações da agência de notícia Reuters.

A medida, que irá alterar lei de 1995 sobre o imposto de renda das pessoas jurídicas para instituir a taxação na fonte dos lucros e dividendos enviados para fora, pode representar um revés tributário para diversas multinacionais operando no Brasil com subsidiárias, que hoje gozam de isenção nesse tipo de movimentação.

O anúncio oficial da iniciativa está previsto para 11h30 de terça-feira, 17, em cerimônia no Palácio do Planalto na qual Lula assinará o envio do projeto para análise do Congresso Nacional.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o impacto da ampliação da faixa de isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil será de aproximadamente R$ 27 bilhões por ano, contra previsão feita inicialmente que apontava para um custo de R$ 35 bilhões.

Em entrevista a jornalistas, Haddad afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará uma reunião com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), na terça-feira para discutir a proposta do governo da reforma do IR.

Em 2024, os lucros e dividendos totais remetidos do Brasil para o exterior somaram US$69,7 bilhões, enquanto o ingresso de recursos na mesma linha no país foi de US$24,1 bilhões de dólares, segundo dados do Banco Central.

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