Empresários industriais seguem pessimistas pelo terceiro mês consecutivo, diz CNI

Os empresários industriais demonstraram pessimismo pelo terceiro mês consecutivo. Segundo o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) de março, divulgado nesta terça-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o indicador passou de 49,1 pontos para 49,2 pontos de fevereiro para março.

“O movimento foi insuficiente para que o indicador ultrapassasse a linha divisória de 50 pontos – que separa confiança de falta de confiança”, destaca a CNI, lembrando que, neste ano, o setor industrial ainda não demonstrou confiança.

“O resultado do PIB do 4º trimestre indicou perda de ritmo da atividade econômica, inclusive um pouco mais forte do que o esperado para o período. Isso coloca o empresário em uma situação de desconfiança e de receio. Esse movimento se observa, por exemplo, com a queda do consumo das famílias na passagem do 3º para o 4º trimestre, o que não acontecia há alguns períodos”, analisa a especialista em Políticas e Indústria da CNI, Claudia Perdigão.

Com relação aos componentes do Icei, em março, houve leve piora da percepção acerca das condições atuais, que já estavam negativas e, por outro lado, leve recuperação das expectativas, que tinham sido positivas em fevereiro.

O índice que mede a confiança do empresário com as condições atuais caiu 0,4 ponto em março, ficando em 44 pontos. “A avaliação dos empresários é que as condições atuais são negativas na comparação com os últimos seis meses, sobretudo com relação à economia brasileira”, destaca da pesquisa.

Já o índice de expectativas cresceu 0,3 ponto, para 51,8 pontos no mês. “Esse resultado, no entanto, é explicado unicamente pelas boas expectativas dos industriais para as empresas, uma vez que a avaliações sobre o futuro próximo da economia continuam negativas.”

Para Claudia Perdigão, o índice de confiança do setor deve continuar abaixo da linha dos 50 pontos neste ano. “Espera-se que 2025 seja, de modo geral, um ano de atividade mais fraca em relação a 2024. Nós ainda estamos sentindo o efeito de uma política monetária restritiva e isso deve continuar nos próximos períodos”, afirma.

A avaliação da especialista é que, se houver redução das pressões negativas sobre a atividade, o Icei pode recuperar sua posição de confiança, mas, por enquanto, a avaliação deve continuar baixa, principalmente com relação às expectativas sobre a economia brasileira.

A pesquisa foi feita entre os dias 6 e 12 de março, com 1.189 empresas, sendo 455 de pequeno porte, 450 de médio porte e 284 de grande porte.

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