Mont Day: evento da Mont Asset discute cenário macroeconômico

A segunda edição do Mont Day, evento promovido pela Mont Asset, aconteceu nesta sexta-feira (14) e reuniu parceiros e investidores para um panorama detalhado do cenário macroeconômico atual. O encontro contou com a participação de especialistas do mercado financeiro, que compartilharam suas análises sobre as tendências econômicas, desafios globais e oportunidades para os próximos meses.

Durante o evento, os palestrantes abordaram temas como inflação, política monetária, crescimento econômico e impactos externos sobre o Brasil. A iniciativa tem como objetivo proporcionar conhecimento estratégico para que os investidores possam tomar decisões mais embasadas frente às incertezas do mercado.

Para Anderson Luz, cofundador da Mont Asset, “o Mont Day é essencial para fortalecer a rede de planejadores financeiros, consultores e parceiros, criando um ambiente de troca de conhecimento e colaboração estratégica. O evento reforça nosso compromisso em transformar a forma como os clientes se planejam para o futuro e gerenciam seus investimentos, impulsionando inovação e crescimento no setor.” destacou.

Anderson Luz – cofundador da Mont Asset (Foto: Divulgação)

Entre os especialistas convidados, destacaram-se nomes influentes do setor, cada um trazendo insights valiosos sobre o atual momento da economia.

Cenário Global e impactos no Brasil

O economista-chefe do Banco BV, Roberto Padovani, destacou que o atual momento econômico global é “confuso“, o que pode gerar cautela entre investidores externos e pressionar os ativos locais. Para o Brasil, ele alertou sobre a “trajetória explosiva da dívida pública” e seus reflexos na inflação, no dólar e na taxa de juros. Segundo Padovani, “o mercado ainda não precificou uma piora adicional“, o que exige atenção redobrada dos investidores.

Sobre a política monetária, o economista vê espaço para uma alta da taxa básica de juros, atualmente em 13,25%, podendo chegar a “15% ou até além disso“. Ele também avalia que os prêmios de risco no Brasil ainda estão “muito amassados” e que o ambiente global tende a continuar instável, tornando a renda fixa uma opção mais defensiva. Em relação ao câmbio, Padovani acredita que o dólar tem tendência de alta devido ao risco soberano e à incerteza econômica: “um nível mais adequado para a moeda americana seria em torno de R$ 6,30“. Para ele, o segundo semestre será “muito mais complicado“, com a tensão fiscal ganhando corpo e trazendo instabilidade aos mercados.

Paula Magalhães – Economista do Bradesco e Roberto Padovani, economista-chefe do banco BV. (Foto: Divulgação)

Incertezas globais e desafios fiscais do Brasil

Paula Magalhães, economista do Bradesco, chamou a atenção para o cenário de incerteza gerado pelas medidas econômicas do presidente americano Donald Trump, que podem impactar a economia americana e, consequentemente, os mercados globais. “Trump cria medidas, volta atrás, e isso gera volatilidade e incerteza sobre quais tarifas realmente serão aplicadas e a quais países“, explicou. Essa instabilidade pode afetar a atividade econômica dos Estados Unidos e influenciar as decisões do Federal Reserve.

No Brasil, Magalhães reforçou que o grande problema atual é o fiscal. “Nossa dívida está crescente, e o arcabouço fiscal precisa sobreviver no longo prazo“, afirmou. Ela alertou que o país enfrentará um período de desaceleração econômica devido à política monetária mais restritiva. “Estamos caminhando para uma taxa de juros que pode chegar a 15,25%, e isso naturalmente desacelera a economia“, avaliou. Para ela, 2025 será um ano de crescimento econômico mais fraco, após a alta de 3,4% registrada em 2024. Em relação ao câmbio, a economista projetou que o dólar deve alcançar o patamar de “R$ 5,90” no segundo semestre.

Diversificação internacional e protagonismo do dólar

José Maria Silva, da Avenue, ressaltou a importância da diversificação internacional como estratégia fundamental para proteção patrimonial e mitigação dos efeitos da inflação. “O investidor brasileiro precisa entender que a diversificação é um mecanismo essencial para se proteger da inflação e, ao mesmo tempo, garantir retornos mais consistentes com menor volatilidade“, afirmou. Segundo ele, os juros elevados nos Estados Unidos, atualmente entre 4% e 5%, continuam sendo atrativos para o investidor que busca oportunidades na renda fixa, sem precisar escolher exclusivamente entre Brasil ou exterior.

Sobre o cenário global, Silva analisou as recentes movimentações geopolíticas e econômicas, incluindo a crescente venda de dólares pela China e a compra de ouro, além do impacto das políticas de criptoativos no mercado financeiro. No entanto, ele rejeitou a tese de que o dólar possa perder sua hegemonia em um futuro próximo. “Ao longo da história, sempre houve previsões de que o dólar perderia sua dominância, mas os dados mostram que ele ainda representa 90% das operações cambiais globais e mais de 60% das reservas internacionais“, explicou. Para ele, apesar da volatilidade e das tensões geopolíticas, “o dólar deve continuar sendo a principal moeda da economia global no horizonte visível“.

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