TCU impede uso do Bolsa Família em apostas e brasileiros são rastreados!

O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rego, afirmou que há meios para rastrear e impedir que os recursos do programa Bolsa Família sejam utilizados em apostas de quotas fixas, conhecidas como “bets”. Essa declaração foi feita em uma entrevista exclusiva ao g1 e à TV Globo. Segundo Vital do Rego, o TCU possui uma parceria com o Banco Central, que permite a compilação e análise dos dados financeiros, tanto pelos sistemas do Banco Central quanto pelos do próprio TCU.

O ministro Jonathan de Jesus tomou medidas para que os ministérios da Fazenda, do Desenvolvimento e Assistência Social, do Esporte e a Caixa Econômica Federal implementem “soluções técnicas imediatas” para operacionalizar a proibição do uso dos recursos do Bolsa Família em apostas. A Advocacia-Geral da União (AGU) ainda não havia recebido a intimação formal do resultado do julgamento do recurso apresentado, mas afirmou que, assim que isso ocorrer, encaminhará a intimação aos ministérios envolvidos para que informem as medidas adotadas.

Qual o impacto das apostas online no Brasil?

O debate sobre o uso dos recursos do Bolsa Família em apostas ganhou força após o Banco Central divulgar um levantamento indicando que os brasileiros gastaram aproximadamente R$ 20 bilhões por mês em apostas online nos primeiros oito meses de 2024. Esse estudo revelou que cerca de 24 milhões de pessoas realizaram ao menos uma transação via PIX para essas apostas no mesmo período. Uma parte significativa desses apostadores está entre os beneficiários do programa social.

O TCU defende que os recursos do Bolsa Família não devem ser utilizados para apostas. Vital do Rego destacou que a cautelar emitida pelo tribunal foi específica para o Bolsa Família, com o objetivo de focar na proteção dos recursos destinados a esse programa social. O tribunal está empenhado em garantir que o dinheiro destinado ao auxílio das famílias não seja desviado para atividades de apostas.

Bolsa Família – Créditos: depositphotos.com / joasouza

Quais são os desafios técnicos enfrentados?

No recurso de oito páginas apresentado pela AGU, foram destacados alguns desafios técnicos. Entre eles, a dificuldade de controle sobre as contas bancárias do Bolsa Família, que não são usadas exclusivamente para o benefício, recebendo também dinheiro de outras fontes. Além disso, o governo não possui meios para “microgerenciar” os gastos de cada família, o que dificulta o rastreamento do destino dos recursos.

  • As contas do Bolsa Família recebem recursos de outras fontes além do benefício.
  • O governo não pode compartilhar a lista de beneficiários com as plataformas de apostas.
  • Mesmo com a proibição de cartões de débito, pagamentos via PIX ou cartões pré-pagos ainda são possíveis.

Esses fatores complicam a implementação de medidas que impeçam o uso dos recursos do Bolsa Família em apostas, exigindo soluções inovadoras e tecnológicas para garantir a integridade do programa.

O futuro do monitoramento dos recursos do Bolsa Família

Enquanto o TCU e o Banco Central trabalham em conjunto para desenvolver métodos eficazes de monitoramento, o desafio de proteger os recursos do Bolsa Família continua. A necessidade de soluções técnicas robustas é evidente, e a colaboração entre diferentes órgãos governamentais será crucial para enfrentar esse problema. A expectativa é que, com o tempo, sejam desenvolvidas ferramentas que permitam um controle mais eficaz, garantindo que os recursos cheguem a quem realmente precisa.

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