‘PIBão’ de 2024 do Brasil será divulgado nesta sexta; veja o que esperar

O número oficial do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em 2024 será divulgado nesta sexta-feira, 7, pelo IBGE. E a expectativa é de crescimento econômico robusto, acima da alta de 3,2% registrada em 2023, impulsionado pelo consumo das famílias, em um ano marcado por uma taxa de desemprego recorde, mas também pela alta da inflação e das taxas de juros.

A projeção do Ibre/FGV é que o PIB tenha crescido 3,5% no ano passado. Confirmada a expectativa será a maior taxa de expansão desde 2011 (4%), excluindo o atípico ano de 2021, quando a alta foi de 4,8%, após a contração de 3,3% em 2020, causada pela pandemia do coronavírus. O governo também projeta uma alta de 3,5%.

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Vale destacar que no início do ano de 2024, a projeção do mercado, medida pelo boletim Focus, era de que o PIB cresceria no ano apenas 1,59%.

Apesar do ‘Pibão’ de 2024, o resultado do IBGE deverá mostrar uma desaceleração da economia no 4º trimestre, após a expansão de 0,9% registrada no 3º trimestre. O Ibre/FGV estima que a alta nos três últimos meses do ano frente aos três imediatamente anteriores foi de 0,5%.

Resultado do PIB do Brasil nos últimos anos

Ano Variação do PIB (em %)
2011 4
2012 1,9
2013 3
2014 0,5
2015 -3,5
2016 -3,3
2017 1,3
2018 1,8
2019 1,2
2020 -3,3
2021 4,8
2022 3
2023 3,2

Crescimento alto, mas com inflação e juros altos

Os economistas destacam, entretanto, desequilíbrios provocados por um crescimento acelerado da economia brasileira e “acima do seu potencial”.

O Ibre estima, por exemplo, que o consumo das famílias tenha registrado uma alta de 5,1% em 2024, bem acima do crescimento do PIB. Ou seja, a expansão da demanda foi maior que a da oferta.

“O principal reflexo disso é que a inflação acelerou ao longo do ano… Também sintomático, as importações de bens e serviços cresceram em torno de 15% no ano passado, com o déficit em conta corrente dobrando em relação a 2023, para atingir 2,55% do PIB”, destacou o Ibre/FGV em seu Boletim Macro.

Expectativa de desaceleração em 2025

Em meio às pressões inflacionárias e expectativas de uma Selic chegando a 15% ao final do ano, é esperado um freio no PIB em 2025.

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou que as estimativas para o crescimento do PIB em 2025 estão mantidas em 2,01%. Já o governo projeta uma alta de 2,3% neste ano.

Na avaliação do Ibre/FGV, o cenário para o ano é de baixo crescimento, com virtual estagnação nos últimos nove meses do ano. E, ainda que uma recessão não faça parte do cenário base, não é descartado o risco de uma contração
moderada do PIB no segundo semestre.

“Avaliamos que, em um cenário de menor popularidade, o governo pode intensificar medidas de estímulo para a economia, o que reduziria o tamanho da desaceleração. Por outro lado, dependendo da intensidade dessas políticas, os efeitos positivos dos estímulos devem piorar o quadro inflacionário e o ciclo de aperto monetário pode se prolongar ainda mais”, diz a nota técnica assinada pelos economistas Silvia Matos e Armando Castelar Pinheiro.

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