PGR não mostrou participação de Heleno no plano de golpe, diz defesa

A defesa do general do Exército e ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Internacional), Augusto Heleno, defendeu que a PGR (Procuradoria Geral da República) não demonstrou sua participação no plano de golpe na denúncia apresentada em 18 de fevereiro. 

“Não demonstra, o órgão acusador [PGR], nenhuma atuação ou mesmo comparecimento do denunciado [Augusto Heleno] em qualquer reunião com comandantes de força, nenhuma mensagem do aplicativo whatsapp falando sobre o tema (vale relembrar que seu celular pessoal foi apreendido e NADA FOI APONTADO), (…) nem mesmo das palavras do delator (principal fonte de prova da investigação) sobre sua participação ou atuação nessa alegada empreitada criminosa, nada se extrai exceto que o denunciado se preocupava com a saúde física e psicológica do então presidente”, declarou.

Em documento ao qual o Poder360 teve acesso, a defesa requer que seja declarada, de forma liminar (urgente), a incompetência da Corte para julgar o caso –remetendo o processo ao 1º grau da Justiça Federal do Distrito Federal. Também quer que seja aceita a devolução do prazo para a apresentação da resposta à acusação e que seja reconhecido o impedimento ou suspeição do ministro Alexandre de Moraes para julgar o caso.

Pede ainda que a denúncia não seja recebida. Alega que, com a sua divisão, fica “impossibilitado o exercício do contraditório e ampla defesa”. Além disso, defende a “completa falta” de provas em relação a Heleno. Caso seja recebida, pede que o general seja “absolvido sumariamente”.

Além de Heleno, Gonet denunciou Bolsonaro e mais 32 pessoas, dentre as quais estão o ex-ministro e ex-vice na chapa de Bolsonaro, o general Braga Netto, e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, no inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado logo depois das eleições presidenciais de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os denunciados por Gonet respondem pelos crimes apontados pela PF (Polícia Federal) no relatório: abolição violenta do Estado democrático de Direito; golpe de Estado; e organização criminosa. Além disso, Gonet apresentou mais 2 crimes na denúncia: dano qualificado com violência e deterioração contra o patrimônio tombado. 

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