Janones faz acordo com a PGR e vai devolver R$ 131 mil por rachadinhas


Acerto, chamado de Acordo de Não Persecução Penal (ANPP), foi homologado e prevê que o valor seja ressarcido à Câmara dos Deputados O deputado federal André Janones (Avante-MG) fechou um acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR) para devolver R$ 131,5 mil após investigação sobre prática de rachadinha em seu gabinete.
O acerto, chamado de Acordo de Não Persecução Penal (ANPP), foi homologado e prevê que o valor seja ressarcido à Câmara dos Deputados, além do pagamento de uma multa extra de R$ 26,3 mil, correspondente a 20% do dano ao erário.
O deputado federal André Janones (Avante-MG) foi acusado de ‘rachadinha’ e nega ter cometido crime
Gilmar Félix/Câmara dos Deputados
Como será o pagamento:
R$ 80 mil em parcela única, até 30 dias após a homologação do acordo.
R$ 77,8 mil em 12 parcelas mensais de R$ 6.484,48.
Outras condições do acordo:
Encerrar qualquer prática ligada ao esquema investigado.
Não cometer novos crimes ou contravenções até o fim do cumprimento do acordo.
Declarar que não firmou acordos similares nos últimos cinco anos e que não responde a outros processos criminais.
🔍 O que é o ANPP?
O Acordo de Não Persecução Penal é um instrumento previsto na legislação brasileira que permite que o investigado repare o dano e cumpra algumas condições para evitar o prosseguimento do processo criminal.
Histórico do caso
O caso teve início com relatos de ex-assessores, que denunciaram à PF a prática da devolução de parte dos salários — conhecida como rachadinha — no gabinete de Janones. Os ex-funcionários afirmam que eram pressionados a repassar parte dos seus vencimentos ao deputado.
As suspeitas ganharam força após a divulgação de um áudio de 2019, no qual Janones afirma a servidores que alguns receberiam salários mais altos para ajudá-lo a pagar dívidas pessoais de R$ 675 mil acumuladas durante sua campanha à prefeitura de Ituiutaba (MG), em 2016.
Janones disse no áudio:
“Tem algumas pessoas aqui que eu ainda vou conversar em particular depois, que vão receber um pouco de salário a mais e elas vão me ajudar a pagar as contas quando a minha campanha de prefeito deu um prejuízo de R$ 675 mil.”
Em seu relatório, a Polícia Federal classificou Janones como o “eixo central” da suposta organização criminosa. Segundo a corporação, a prática de rachadinha foi estruturada e mantida com a participação do deputado:
“A investigação expôs a ilicitude de seus atos em todas as etapas, desde o início até o desfecho.”
Além disso, a PF identificou um crescimento patrimonial incompatível de Janones nos anos de 2019 e 2020, com variações de R$ 64,4 mil e R$ 86,1 mil, respectivamente, acima do que seria esperado com seus rendimentos.
Com isso, Janones foi indiciado pelos crimes de:
Associação criminosa
Peculato (desvio de recursos públicos)
Corrupção passiva
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