Motta já postou sobre acusações de corrupção contra Gleisi na Lava Jato

Hoje presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) já mencionou, no passado, em uma rede social, acusações contra Gleisi Hoffmann (PT-RS) por supostos recebimentos ilícitos. As publicações foram feitas no X (ex-Twitter) em 25 de agosto de 2015, no dia da acareação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras. O então deputado federal Hugo Motta era presidente da comissão.

 

Na época, ambos disseram que realizaram o repasse de R$ 1 milhão à campanha da então senadora Gleisi Hoffmann em 2010. Divergiram, porém, a respeito de quem determinou o pagamento. 

Youssef disse no acordo de delação premiada e na comissão que foi Costa quem determinou o repasse à campanha da então senadora. O ex-diretor, porém, negou ser o mandante do pagamento.

Gleisi Hoffmann foi absolvida pela 2ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) em junho de 2018. O colegiado entendeu não haver provas de que ela ofereceu contrapartida para receber o dinheiro.

Além de Gleisi, foi absolvido o seu ex-marido e ex-ministro do Planejamento (no governo Lula) e Comunicações (no governo Dilma), Paulo Bernardo. 

Paulo Roberto Costa foi diretor de Abastecimento da Petrobras de 2004 a 2012. Ele foi o 1º delator da Lava Jato. Foi condenado a 12 anos pela Justiça diante do esquema de corrupção. Ele morreu em 2022, de câncer.

Alberto Youssef foi condenado a mais de 100 anos de prisão pela Lava Jato. Ao assinar um acordo de delação, porém, só ficou 3 anos detido. Passou a cumprir prisão domiciliar em 2016. Em agosto de 2024, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) o liberou do uso de tornozeleira eletrônica. 

Nesta 6ª feira (28.fev.2025), Motta desejou “êxito” para Gleisi depois de ela ser anunciada como ministra da SRI (Secretaria de Relações Institucionais).

GLEISI À FRENTE DA ARTICULAÇÃO

Nesta 6ª feira (28.fev.2025) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convidou Gleisi Hoffmann para assumir o comando da SRI. Seu antecessor, Alexandre Padilha, foi colocado à frente do Ministério da Saúde.

A movimentação se deu em meio ao crescente desgaste do governo e queda na popularidade. Uma reforma ministerial era vista como iminente desde o final de 2024, mas em 2025 ainda se mostrou tímida.

O cargo era disputado por outros nomes, como o do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), do líder do PSD na Câmara, Antonio Brito (PSD-BA) e o líder do MDB, Isnaldo Bulhões (MDB-AL). 

FOGO AMIGO

Nos bastidores, congressistas do PT se mostraram críticos ao nome da presidente da legenda para estar à frente da articulação do governo. Sob ressalva, um deputado disse que a nomeação de Gleisi seria “acabar de vez com o governo” dias antes da decisão de Lula.

Há uma certa resistência ao nome de Gleisi por se tratar de um perfil mais combativo e da ala considerada ideológica do PT, o que pode dificultar as negociações com o centrão e aprofundar ainda mais a distância da oposição.

Antes, o nome dela era dado como certo na Secretaria Geral da Presidência, um cargo com menos destaque e desgastes.

O Poder360 procurou o presidente da Câmara dos Deputados para se manifestar a respeito das declarações. Até a publicação desta reportagem, não houve resposta. O espaço segue aberto para a manifestação.

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