Por que os IPOs devem continuar em baixa enquanto os M&As se mantêm em alta em 2025?

Franquias e construção sustentável: o crescimento dos ecossistemas de negócios

Nos últimos anos, o mercado de ofertas públicas iniciais (IPOs) no Brasil tem apresentado sinais claros de retração. Desde 2021, quando 57 empresas abriram capital, a Bolsa de Valores Brasileira (B3) passou de 385 para 335 companhias listadas. Especialistas atribuem esse declínio a fatores como instabilidade política, complexidade regulatória e taxas de juros elevadas, que tornam o ambiente menos favorável para novas emissões de ações. A perspectiva de manutenção de juros altos até 2026 indica que uma recuperação desse mercado ainda pode demorar.

Fusões e Aquisições em ascensão

Em contraste com a queda de IPOs, o mercado de Fusões e Aquisições (M&A) surge como alternativa para empresas que buscam financiamento e crescimento. Em 2024, o Brasil liderou as transações de M&A na América Latina, registrando 1.674 negociações e um montante de US$ 47,9 bilhões, representando um acréscimo de 10% em relação ao ano anterior. Esse cenário positivo reflete o interesse de investidores em setores resilientes e com alto potencial de expansão, além de evidenciar a busca por eficiência operacional e consolidação de mercado.

Destaque para o setor de provedores de internet

Um caso recente ilustra bem essa tendência: a Studio Brokers, empresa especializada em M&A e parte do Grupo Studio, concluiu uma transação de R$ 100 milhões no segmento de provedores de internet. A negociação foi conduzida por um de seus franqueados e reforça como uma estrutura de franquias pode acelerar a identificação e execução de oportunidades. Do lado do comprador, o foco está na consolidação do mercado de telecomunicações, considerado um dos mais promissores em 2025, especialmente diante do aumento da demanda por conectividade e serviços digitais no Brasil.

Estratégia de expansão e consolidação

A aposta no mercado de provedores de internet ocorre em um momento estratégico. Com a crescente importância da conectividade, a Studio Brokers já analisa novas oportunidades de aquisição nesse segmento, visando facilitar o acesso de investidores interessados em fortalecer suas posições no país. Segundo representantes da empresa, a alta no número de fusões e aquisições confirma a resiliência tanto de companhias quanto de fundos de investimento, mesmo em meio à escassez de novos IPOs na B3.

“Neste momento, é difícil prever uma reversão desse cenário no curto prazo, mas temos certeza de que uma eventual retomada dos movimentos de IPO impulsionará ainda mais a atividade de M&A no Brasil”, afirma a direção da Studio Brokers.

Perspectivas para 2025 e além

Com juros elevados e o cenário econômico instável, a expectativa é de que as empresas continuem preferindo processos de M&A a abrir capital na bolsa. Mesmo assim, há consenso entre analistas de que, no longo prazo, a volta dos IPOs — ainda que gradualmente — pode colaborar para o fortalecimento das companhias, abrindo espaço para novas oportunidades de fusões e aquisições.

Em resumo, enquanto as condições para a abertura de capital se mostram desafiadoras, as fusões e aquisições devem se manter em alta, sobretudo em setores como telecomunicações, tecnologia e serviços digitais. O Brasil permanece no radar de grandes investidores, consolidando-se como um polo de oportunidades para quem busca expansão e fortalecimento de portfólio na América Latina.

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