Novo sistema de Inteligência Artificial promete modernizar a produção de castanha na Amazônia


Tecnologia combina luz UV e Inteligência Artificial para identificar e reduzir a presença de um fungo que pode comprometer a castanha. Tecnologia combina luz UV e Inteligência Artificial para identificar e reduzir a presença de um fungo que pode comprometer a castanha
Reprodução/Rede Amazônica
Pesquisadores e startups no Amazonas desenvolveram um novo sistema de Inteligência Artificial (IA) que transforma a produção da castanha-da-amazônia, garantindo mais qualidade, rastreabilidade e competitividade no mercado global.
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A tecnologia combina luz UV e Inteligência Artificial para identificar e reduzir a presença de um fungo que pode comprometer a castanha, um avanço que pode mudar o destino de milhares de extrativistas que dependem desse fruto.
Além disso, a IA rastreia a origem do fruto, conectando o consumidor às comunidades extrativistas, algo que agrega valor e permite certificações internacionais.
“Esse equipamento faz a caracterização da castanha e, com inteligência artificial, detectamos micro-organismos que podem gerar toxinas. Assim, melhoramos a qualidade e ampliamos as oportunidades no mercado nacional e internacional”, destacou o pesquisador do Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA), Edson Pablo.
Mas, para competir lá fora, é preciso atender a exigências rigorosas de qualidade. Hoje, mais de 90% da castanha consumida na Europa vem da Bolívia. O país investiu em tecnologia e certificação, garantindo espaço no mercado internacional.
Participação no mercado europeu:
📈 Bolívia: 94%
📉 Brasil: menos de 6%
Participação no mercado americano:
📈 Bolívia: 70%
📉 Brasil: participação reduzida
O empreendedor Rufo Getter é CEO de uma startup que apoia desenvolvimento do novo sistema de IA. Ele reforça que o avanço tecnológico é fundamental para aumentar a presença nos mercados internacionais e levar as riquezas da Amazônia para o mundo.
“O Brasil não pode ficar para trás. Então a gente está promovendo um avanço tecnológico, científico, para realmente conectar a Amazônia com o mundo. Esse é o nosso sonho, é isso que nos move todos os dias”, afirma.
Tecnologia não substitui o extrativismo
Rica em proteínas, gorduras boas e minerais, castanha é um superalimento que conquista cada vez mais espaço.
Reprodução/Rede Amazônica
A castanha é um dos produtos mais importantes da floresta. Seu extrativismo movimenta a economia amazônica e gera renda para mais de 20 mil famílias no Amazonas.
O estado lidera a produção brasileira desde 2016. Em 2022, foram 14.303 toneladas extraídas.
Rica em proteínas, gorduras boas e minerais, ela é um superalimento que conquista cada vez mais espaço.
Garantir que a castanha brasileira atenda aos padrões internacionais significa mais oportunidades para quem vive da floresta. A tecnologia não substitui o extrativismo, mas fortalece quem trabalha com ele.
“Essa inovação garante um produto de maior qualidade e amplia sua aceitação no mercado externo. É uma forma de aliar tecnologia e sustentabilidade para fortalecer a bioeconomia da Amazônia”, diz Edson Pablo.
Do extrativista ao consumidor final, a castanha-da-amazônia agora conta com o apoio da Inteligência Artificial para garantir qualidade e abrir novos caminhos no mercado global.
Amazônia Agro deste domingo, 23 de fevereiro de 2025
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