Quantas vezes a empresa pode recorrer processo trabalhista​?

No Brasil, quando uma empresa perde um processo trabalhista, ela pode usar recursos para tentar reverter ou ajustar a decisão.

O número de recursos permitidos varia conforme o tipo de decisão e as instâncias envolvidas.

Descubra quantas vezes a empresa pode recorrer em processo trabalhista e como os recursos afetam a duração do processo.

O que é um recurso em processo trabalhista?

Um recurso trabalhista é um pedido feito à Justiça para revisar uma decisão. Ele serve para garantir que o julgamento foi correto e sem erros. 

Empresas e trabalhadores podem usar recursos para questionar decisões que considerem injustas.

Por exemplo, se um trabalhador não concorda com o valor da indenização, ele pode recorrer para tentar aumentar o valor. 

Entenda: O que é o Recurso do INSS?

Já a empresa pode recorrer caso ache que foi condenada de forma errada ou que a sentença tem falhas.

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E os tipos de recursos disponíveis no âmbito trabalhista?

Existem diferentes tipos de recursos trabalhistas, e cada um deles serve para situações específicas:

  • Embargos de Declaração: usados para esclarecer pontos da decisão que ficaram omissos, contraditórios ou confusos, não mudam a sentença, apenas pedem correções de detalhes
  • Recurso Ordinário: é o recurso utilizado para contestar a decisão de primeira instância, ele é julgado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT)
  • Recurso de Revista: permite questionar decisões do TRT perante o Tribunal Superior do Trabalho (TST) quando há violação de leis federais ou constitucionais
  • Recurso Extraordinário: direcionado ao STF, só é cabível quando há questões constitucionais diretamente relacionadas à decisão
  • Agravo de Instrumento: é utilizado quando um recurso anterior é negado, com o objetivo de destravar o julgamento
  • Agravo de Petição: usado na fase de execução para questionar aspectos sobre como a sentença está sendo cumprida, como valores ou correções

Cada recurso tem prazos específicos e exige critérios claros para ser aceito, por isso, quem recorrer precisa seguir as regras processuais precisamente.

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Quantas vezes a empresa pode recorrer em processo trabalhista?

Não existe um número exato de vezes que a empresa pode recorrer, pois isso depende da fase do processo. 

Primeiro, ela pode apresentar um Recurso Ordinário ao TRT. Se perder, pode enviar um Recurso de Revista ao TST, desde que cumpra os requisitos.

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Além disso, em algumas situações, é possível usar Embargos de Declaração para esclarecer pontos ou corrigir erros. 

Se houver questões constitucionais no processo, a empresa pode recorrer ao STF, mas isso é raro e exige critérios muito específicos.

Qual é a última instância de um processo trabalhista?

A última instância na Justiça do Trabalho é o Tribunal Superior do Trabalho (TST)

O TST é responsável por avaliar e determinar recursos em processos trabalhistas que envolvem o descumprimento de leis federais relacionadas ao trabalho.

Mas, em casos particulares, quando o processo envolve uma questão que fere a Constituição Federal, é possível levar o caso ao STF. 

O STF só atua em situações excepcionais, como quando há dúvidas sobre o cumprimento de direitos fundamentais, como igualdade de tratamento, liberdade ou direito à defesa.

Quando o processo chega ao TST, ele passa por uma análise criteriosa.

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Caso os ministros entendam que a decisão anterior seguiu a lei corretamente, o recurso é negado e a decisão se mantém.

No STF, a análise é ainda mais restrita e deve se limitar às questões constitucionais. Se o STF considerar que não há violação constitucional, a decisão anterior se torna definitiva.

Em resumo, a última instância trabalhista é o TST, e o STF só participa em casos de alta relevância constitucional. Depois disso, não há mais como recorrer, e o processo é finalizado.

Como os recursos impactam a duração do processo trabalhista?

Cada recurso apresentado aumenta o tempo do processo. Isso acontece porque cada instância precisa avaliar o pedido, o que pode levar alguns meses ou até anos.

Um processo trabalhista costuma durar, em média, dois anos, mas pode ser ainda mais demorado se houver muitos recursos. 

Na fase de execução, em que os valores são pagos, o tempo também pode aumentar se houver contestação sobre os cálculos.

O que acontece quando não há mais possibilidade de recorrer?

Quando não há mais como recorrer em um processo trabalhista, a decisão judicial se torna definitiva. 

Isso é chamado de trânsito em julgado, que significa que não há mais opções legais para questionar ou mudar a sentença. 

A partir desse momento, o foco do processo se transforma na execução da decisão. Na fase de execução, o empregador precisa cumprir o que foi determinado pela Justiça. 

Isso pode incluir o pagamento de valores devidos ao trabalhador, como salários atrasados, verbas rescisórias, indenizações ou outras pendências reconhecidas na sentença. 

Se o empregador não cumprir a sentença dentro do prazo estabelecido, a Justiça pode tomar medidas para garantir o pagamento

Entre elas estão o bloqueio de contas bancárias, a penhora de bens e até mesmo o parcelamento dos valores, dependendo do caso.

Quando a empresa enfrenta dificuldades financeiras ou não possui recursos suficientes, o caso pode ficar mais complexo. 

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Nesses casos, a Justiça busca alternativas, como responsabilizar os sócios da empresa ou incluir o trabalhador na lista de credores, caso a empresa tenha declarado falência.

O trânsito em julgado marca o fim de um processo, encerrando todas as disputas legais e obrigando as partes a cumprirem as determinações.

Pode acontecer um acordo após a sentença trabalhista?

Sim, um acordo pode ser feito a qualquer momento do processo, até mesmo depois da sentença. 

Muitas vezes, as partes chegam a um consenso na fase de execução para encerrar o processo de maneira mais rápida.

O acordo pode incluir a redução do valor total ou formas de pagamento parcelado. 

Após a homologação do acordo, o caso é encerrado, e não pode mais ser questionado ou alterado.

Fazer um acordo é uma forma prática e menos desgastante de resolver o problema para ambas as partes.

Os recursos trabalhistas são importantes para garantir que tanto a empresa quanto o trabalhador tenha a chance de se defender. 

Mas é importante entender os prazos e as etapas para não prolongar o processo sem necessidade.

Saber quando recorrer e qual o melhor momento de buscar por um acordo pode ser ideal para resolver um processo de forma rápida e justa. 

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