Lula cita reação comercial e “denúncia” na OMC após taxas de Trump

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 6ª feira (14.fev.2025) que responderá comercialmente e com possível “denúncia” na OMC (Organização Mundial do Comércio) à taxação dos EUA ao aço e ao alumínio brasileiros. Em entrevista à Rádio Clube do Pará, em Belém, afirmou que a política protecionista de Donald Trump contradiz histórico liberal dos EUA no pós-guerra.

“Se taxar o aço brasileiro, nós vamos reagir comercialmente, ou vamos denunciar na organização do Comércio, ou vamos taxar os produtos que a gente importa deles”, declarou.

Segundo Lula, a relação com os Estados Unidos é boa no âmbito comercial, sendo equilibrada nas exportações e importações. Além disso, afirmou ser contraditório que os EUA queiram proteger seus produtos depois de ter incentivado de forma “alucinada” o livre comércio.

“A relação com os EUA é muito igualitária, ou seja, eles importam de nós US$ 40 bilhões e nós importamos deles US$ 45 bilhões. É o único país do mundo que tem superavit com relação ao Brasil. Então, nós queremos paz, não queremos guerra, não queremos atrito com ninguém”, afirmou.

O petista declarou ainda que não vê razão para o Brasil ter contencioso com quem não precisa, mas que reagirá a fatos que afetem os brasileiros.

“Não vejo nenhuma razão para o Brasil procurar contencioso com quem não precisa. Agora, se tiver alguma atitude com o Brasil, haverá reciprocidade, não tenho dúvida. Haverá reciprocidade em qualquer atitude que tiver contra o Brasil e eu acho que os EUA precisam pensar que eles durante mais de 60 anos incentivaram o mundo a um determinado posicionamento. O livre comércio era uma coisa que eles venderam de forma alucinada depois dos anos 80”, disse.

O PLANO “JUSTO E RECÍPROCO”

Na 5ª feira (13.fev), o presidente Donald J. Trump assinou um Memorando Presidencial determinando a criação de um plano abrangente para restaurar a justiça nas relações comerciais dos EUA e combater acordos comerciais não recíprocos.

  • O objetivo do “Plano Justo e Recíproco” é corrigir desequilíbrios de longa data no comércio internacional e garantir equidade em todos os setores.
  • Chega de os Estados Unidos serem explorados: esse plano priorizará os trabalhadores norte-americanos, fortalecerá a competitividade industrial, reduzirá o déficit comercial e reforçará a segurança econômica e nacional.

No memorando chamado de “Plano Justo e Recíproco”, o governo norte-americano afirma que “a tarifa dos EUA sobre o etanol é de apenas 2,5%”, mas que o Brasil cobra uma taxa de 18% sobre as exportações de etanol norte-americano.

O documento foi assinado na 5ª feira (13.fev). Eis a íntegra do comunicado em inglês (PDF – 72 kB) e em português (PDF – 74 kB).

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