Operação da PF mira propina de 6% em emendas para hospital no Rio Grande do Sul; assessor de deputado é alvo

A Polícia Federal cumpre nesta quarta-feira (13) mandados em uma operação contra supostos desvios em emendas parlamentares. O dinheiro desviado iria para o Hospital Ana Nery, em Santa Cruz do Sul (RS).

Ao todo, os policiais cumprem 13 mandados de busca em Brasília e em cinco cidades do Rio Grande do Sul. A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino.

Segundo a apuração da PF, o grupo envolvido na irregularidade pegava para si 6% dos valores das emendas destinadas ao hospital. O dinheiro aparecia na documentação como uma “contrapartida” pela “captação de recursos”, ou seja, pela destinação da emenda.

Os nomes não foram divulgados, mas a GloboNews apurou que a investigação cita o deputado Afonso Motta (PDT-RS). O chefe de gabinete de Motta, Lino Furtado, está entre os alvos das buscas.

Em nota, o deputado Afonso Motta diz que foi “surpreendido” pela operação e busca entender o inquérito.

“O deputado Afonso Motta sustenta que nem ele nem o gabinete foram alvos da operação da PF. O parlamentar afirma que foi surpreendido e que está buscando acesso aos autos, para entender o que é investigado e se posicionar”, diz o comunicado.

O diretor administrativo da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional do RS, Cliver Andre Fiegenbaum, também é alvo de buscas. O g1 tenta contato com ele.

“A Justiça também determinou o afastamento do cargo e das funções públicas de dois investigados, além do bloqueio de valores de contas de pessoas físicas e jurídicas”, informou a PF.
Até as 8h20, a Polícia Federal já tinha encontrado R$ 160 mil em dinheiro vivo com alvos da operação – entre eles, Lino Furtado.

Em um dos endereços dos mandados, policiais também encontraram aparelhos celulares escondidos no forro do teto.

Um funcionário do hospital que receberia a emenda e um terceiro envolvido, ainda não identificado, também estariam com parte desses valores.

As investigações incluem ainda, segundo apurou a GloboNews, o uso de um “contrato de propina” entre os participantes – um documento que indicaria o valor total da emenda e o percentual dos desvios.

Por g1 Rio Grande do Sul

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