Operação da PF mira em grupo que falsifica vendas do Farmácia Popular

Uma investigação deflagrada nesta 5ª feira (13.fev.2025) pela Polícia Federal investiga uma organização criminosa que falsificava vendas do Programa Farmácia Popular, do governo federal. O dinheiro obtido era aplicado em uma rede internacional de tráfico de drogas sediada no Distrito Federal, que revendia entorpecentes vindos de países da América do Sul.

Os criminosos compravam farmácias que tinham encerrado as atividades, mas que ainda eram cadastradas no programa para manipular registros de vendas, aumentando o valor recebido no comércio de supostos medicamentos. Há registros de estabelecimentos que tiveram seu faturamento mensal passando de R$ 5.000 para até R$ 90.000.

Mais de 100 agentes cumprem 106 ordens judiciais expedidas pela Justiça Federal em Goiás, sendo 6 mandados de prisão, 26 mandados de busca e apreensão, 28 medidas restritivas de direitos, além de medidas de constrição patrimonial que abarcam o sequestro de bens móveis e imóveis. Além disso, foi determinado o bloqueio de mais de R$ 39 milhões dos criminosos. As ações se dão em Goiás, Paraíba, Mato Grosso, Acre e Minas Gerais e no Distrito Federal.

A INVESTIGAÇÃO

Segundo a PF, a investigação começou quando 2 suspeitos foram presos, transportando um carregamento grande de cocaína para a cidade de Luziânia, no interior de Goiás. O remetente seria um traficante que chegou a se candidatar ao cargo de vereador nas eleições municipais de 2024.

A investigação descobriu que os dois suspeitos presos eram responsáveis por comercializar, no Brasil, drogas oriundas da Bolívia, Colômbia e Peru, que eram revendidas por traficantes do Distrito Federal.

O rastreio dos valores movimentados por essa organização criminosa apontou o uso de várias farmácias, que eram usadas com fachada para lavar dinheiro do tráfico. Essas farmácias, como descreveu a PF, eram utilizadas para obtenção de vantagens indevidas no programa Farmácia Popular.

A polícia identificou 28 pessoas jurídicas registradas pelos traficantes para cometer os crimes de estelionato.

Segundo a Polícia Federal, os criminosos compravam empresas registradas no programa Farmácia Popular, mas que tinham encerrado as atividades. Depois, faziam alterações societárias e vinculavam as empresas a laranjas.

Uma das investigadas na operação, como pontuou a polícia, atuava como uma espécie de “despachante” junto aos órgãos públicos. Após a confirmação das alterações societárias, os criminosos aumentavam o número de medicamentos comercializados por meio do programa, tanto de maneira gratuita quanto subsidiada. 

O governo, então, liberava o pagamento às farmácias, que usavam métodos para dificultar a identificação dos beneficiados. Segundo a polícia, os criminosos realizavam vendas de medicamentos que nunca chegavam a ser recebidos pelos supostos compradores. Os consumidores sabiam que tinham seus dados utilizados.

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