Além do Golfo do México: estes 4 lugares também têm vários nomes no Google Maps

Após uma ordem executiva do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o país passou a designar o Golfo do México como “Golfo da América”. O Google Maps aderiu à mudança, e dependendo de onde você estiver no mundo, o mapa mostra um dos dois nomes (ou até mesmo os dois).

Disputas pela nomeação de países, regiões e corpos de água acontecem com alguma frequência, e o Google Maps chega a ser palco destas brigas. Listamos quatro situações em que a plataforma virtual teve que se adaptar a diferentes reivindicações.

1. Mar do Japão/Mar do Leste

O corpo de água cercado por Japão, Coreia do Sul, Coreia do Norte e Rússia recebe diferentes nomes de acordo com o país. No Japão e em grande parte do mundo, ele é conhecido como Mar do Japão, mas a Coreia do Sul deseja que ele seja chamado de Mar do Leste, enquanto a Coreia do Norte prefere Mar do Leste da Coreia.

Desde 2006, o Google passou a adotar os dois nomes, em resposta às críticas dos sul-coreanos. Na versão brasileira do Google Maps, a região aparece como “Mar do Japão (Mar do Leste)”.

2. Ilhas Senkaku/Diaoyu/Tiaoyutai

Um pequeno grupo de ilhas desabitadas entre o Japão, a China e Taiwan é objeto de disputa entre os países. São as ilhas Senkaku para os japoneses, Diaoyu para os chineses e Tiaoyutai para os taiwaneses. Elas são estratégicas para navegação e pesca, além de haver a possibilidade de reservas de óleo e gás.

Ao dar um zoom no Google Maps (e bote zoom nisso, porque elas são bem pequenas mesmo), os três nomes aparecem.

Em 2010, o Partido Liberal Democrata japonês registrou um pedido para que o Google removesse os nomes chineses das ilhas, mas não obteve sucesso.

3. Golfo Pérsico/Árabe

O mar cercado pelo Irã e pela Península Arábica é conhecido como Golfo Pérsico ou Golfo Árabe – tudo depende do país que está falando. O assunto é motivo de brigas: em 2011, o Irã ameaçou fechar seu espaço aéreo para empresas que não usassem o nome Golfo Pérsico para se referir à região.

Praticamente todas as disputas que listamos aqui nasceram da política e foram levadas até o Google. Neste caso, porém, o próprio Google se meteu na encrenca. Em 2012, serviço de mapas da gigante das buscas passou a não mostrar nenhum nome para este golfo, o que levou o Irã a processar a companhia.

Não houve nenhuma explicação para a retirada da identificação, mas, curiosamente, o Google Earth mostrava tanto Golfo Pérsico quanto Golfo Árabe ao exibir a região. Atualmente, o Maps também faz uso dos dois nomes.

4. Mar da China Meridional

Aqui, a situação é bem mais complicada. O Mar da China Meridional fica entre a China, a parte continental do Sudeste Asiático, Taiwan, Filipinas e Indonésia. A região tem mais de 50 ilhas que são objeto de disputa entre diversos países, como China, Taiwan, Filipinas, Vietnã, Malásia, Brunei, Camboja e Singapura.

Com base nestas reivindicações, os países buscam expandir suas zonas econômicas exclusivas e, com isso, conquistar o direito de explorar a área. Muitas dessas zonas têm nomes próprios, como Mar de Natuna do Norte (Indonésia) ou Mar das Filipinas do Oeste (Filipinas).

Por isso, muitas características geográficas da região podem ter até seis nomes, incluindo nomes em inglês para o público ocidental, nomes com origem europeia e nomes nos diferentes idiomas da região.

Nem todos são exibidos no Google Maps, mas há alguns casos notáveis, como as ilhas Pratas/Dongsha. O primeiro nome tem origem portuguesa, enquanto o segundo é chinês (e consta na plataforma com caracteres chineses). Neste caso, a dupla nomenclatura não tem relação com nenhuma disputa, já que China e Taiwan, que reivindicam o território, concordam com a denominação.

Em outros casos, a nomenclatura está diretamente ligada às reivindicações. Em 2015, por exemplo, o Google mudou o nome de um atol após reclamações de filipinos, adotando a denominação Scarborough Shoal (“shoal” é um termo para “banco de areia”) no lugar de ilha Huangyan, termo usado pelos chineses.

E a disputa sobre o Mar da China Meridional não fica só na política e no Google Maps. A situação é tão tensa que um mapa no cenário de Barbie foi suficiente para o Vietnã banir o filme do país.

Com informações da NPR, CNN En Español e Japan Times

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