Inflação anualizada do Brasil desacelera para 4,46% em janeiro

Medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação do Brasil desacelerou de 0,52% em dezembro para 0,16% em janeiro. Esse foi a menor taxa para um mês de janeiro desde a implantação do Plano Real, em 1994. No acumulado de 12 meses, recuou de 4,83% para 4,56%.

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou o resultado nesta 3ª feira (11.fev.2025).

META DE INFLAÇÃO

A meta de inflação do Brasil é de 3% desde 2024, com intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%. No ano passado, o país tinha uma meta anual, que era auferida em dezembro. A regra mudou em 2025. Será considerada descumprida quando ficar por 6 meses acima de 4,5%.

Em 2024, a inflação do Brasil foi de 4,83%, a 5ª maior dos países do G20. O BC (Banco Central) precisou encaminhar uma carta pública ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com as explicações para o descumprimento da meta.

O Banco Central disse, na ata do Copom (Comitê de Política Monetária), que, de acordo com as novas regras de meta de inflação contínua, a meta seria descumprida em junho.

Com a nova regra, o Banco Central divulgará até o último dia de cada trimestre o Relatório de Política Monetária. O objetivo é mostrar o desempenho da sistemática da meta de inflação, os resultados das decisões passadas de política monetária e a avaliação prospectiva da inflação.

Esse documento deverá ter:

  • a descrição detalhada das causas do descumprimento;
  • as medidas necessárias para assegurar o retorno da inflação aos limites estabelecidos;
  • o prazo esperado para que as medidas produzam efeito.

O Banco Central deverá publicar uma 2ª carta caso a inflação não retorne ao intervalo de tolerância da meta no prazo estipulado. A autoridade monetária também deverá divulgar outro documento caso considere necessário “atualizar as medidas ou o prazo esperado para o retorno da inflação ao intervalo de tolerância de meta fixado”.

POLÍTICA MONETÁRIA

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, havia dito, em maio de 2024, que a meta de inflação é “exigentíssima” e “inimaginável”. De 1999 a 2024, a inflação oficial do Brasil ficou próxima de 3% em 2006 (3,14%) e em 2017 (2,95%). Manteve-se acima de 4% no restante dos anos.

Haddad disse em fevereiro que é preciso corrigir um “repique inflacionário”. E completou: “O remédio para corrigir a inflação é, muitas vezes, aumentar a taxa de juros para inibir a alta de preços. Agora, tudo isso tem que ser feito da maneira correta, na dose certa”.

A taxa básica, a Selic, está em 13,25% ao ano. O juro base completou 3 anos acima de 10% em fevereiro. O Banco Central sinalizou que elevará a taxa para 14,25% na próxima reunião, de março.

A mediana das projeções dos agentes financeiros indica que a Selic terminará 2024 em 15%, segundo o Boletim Focus. Esse será o maior patamar desde 2006.

A mediana das projeções do mercado financeiro para a inflação para o fim de 2024 é de 5,58%, acima da meta de 3% e do teto, de 4,5%.

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