“De onde sai o dinheiro?”, pergunta CNM sobre piso dos professores

O presidente da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), Paulo Ziulkoski, criticou o valor desembolsado pelos municípios para o piso salarial dos professores. Durante a abertura do Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas, nesta 3ª feira (11.fev.2025), em Brasília, o advogado pediu diálogo sobre o tema.

“Os prefeitos sabem o impacto do piso do magistério; 29% dos funcionários municipais são professores. O gasto total da folha dos servidores no Brasil é de R$ 450 bilhões, sendo R$ 130 bilhões gastos apenas com o magistério “, afirmou.

Segundo ele, o investimento nos salários dos profissionais do magistério se soma a outros gastos da educação, como as creches. “Valorizar o magistério é fundamental, mas de onde sai o dinheiro para pagar? Além disso, somamos a questão das creches, que foi uma decisão do Supremo. Como faremos para garantir a educação?”, questionou.

LULA DEFENDE REAJUSTE

Durante o evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) respondeu aos questionamentos levantados por Ziulkoski. O petista afirmou que a classe do magistério precisa de mais valorização e políticas de incentivo para que novos jovens escolham pela profissão. 

“Nesse país, o professor, que já foi motivo de verso e de poesia, hoje é tratado mal. Eles cuidam o dia inteiro dos nossos filhos. Por isso, criamos o Bolsa Professor, para garantir que os alunos do Enem escolham ser professores, pois hoje ninguém mais quer, já que é uma profissão que trabalha muito, recebe pouco e quem paga acha que paga muito”, disse Lula. 

REAJUSTE SALARIAL DOS PROFESSORES

O reajuste salarial dos professores é previsto na lei 11.738, de 2008, também conhecida como Lei no Magistério. O texto determina que haja o aumento salarial anual dos professores nos meses de janeiro.

O ministro da Educação, Camilo Santana, assinou em 30 de janeiro a portaria  77, que define o aumento salarial do piso dos professores em 2025. Com o reajuste, o salário base dos profissionais da rede básica de educação passou a ser R$ 4.867,77.

A mudança representa um aumento de 6,27% no salário anterior, que era de R$ 4.580, e beneficia os profissionais que atuam na jornada de 40 horas semanais.

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