‘Quem é Elizabeth?’ vida de líder camponesa paraibana que completa 100 anos será destaque em filme

A vida da líder camponesa paraibana, Elizabeth Teixeira, que completa 100 anos neste mês de fevereiro, será destaque no filme ‘Quem é Elizabeth?’, que está em produção.

Conforme observou o ClickPB, o filme, produzido pela Carambola Filmes, foi contemplado com mais nove produções no edital federal Ruth de Souza 2023, com recursos oriundos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), voltado a obras dirigidas por mulheres cis ou transgênero estreantes e apresentadas por meio de produtoras brasileiras independentes.

A produção, classificada como cinebiografia, vai narrar a vida da líder da Liga Camponesa de Sapé, referência nacional na luta pela reforma agrária.

O longa-metragem deve levar para os cinemas a história da mulher que foi mais do que a viúva de João Pedro Teixeira, o Cabra Marcado Para Morrer, do documentário seminal de Eduardo Coutinho.

Elizabeth Teixeira vai completar seu centenário na próxima quinta-feira (13). Ela assumiu a luta no campo quando João Pedro Teixeira foi assassinado e viu sua vida transformada com a chegada da ditadura cívico-militar em 1964.

Ameaçada de morte, precisou fugir e por 17 anos viveu, de forma clandestina, no interior do Rio Grande do Norte, na companhia de dois dos seus 12 filhos, um período de quase duas décadas longe de sua família.

“Realizar uma cinebiografia de uma personagem como Elizabeth Teixeira é um convite a mergulhar na história das lutas sociais brasileiras e um desafio excitante, principalmente porque o tema é muito latente ainda no Brasil. Sabemos que temos uma história de grande potencial dramático e, ao mesmo tempo, poética e apaixonante sob vários aspectos”, destaca Drica Soares, produtora executiva da empresa.

O roteiro da cinebiografia de Elizabeth Teixeira é assinado por um trio de roteiristas, formado pela jornalista Kátia Dumont, por Cecília Bilanski e pela diretora Inês Figueiró.

A ideia de levar a vida de Elizabeth para o cinema nasceu há quase dez anos, quando Kátia Dumont, atuando numa emissora local, entrevistou Elizabeth em
sua casa. Depois da conversa, não teve dúvida: havia muito o que falar sobre aquela “mulher marcada para viver”.

“Falar de Elizabeth é falar de uma vida atravessada pela violência no campo e a violência do Estado. Violência que afetou profundamente ela e toda a sua família”, afirma Kátia, que também é pesquisadora do longa.

*Com assessoria

Adicionar aos favoritos o Link permanente.