Bradesco tem recuperação, mas segue distante de concorrentes, avalia CIO da MSX Invest

O Bradesco (BBDC4) reportou um lucro líquido recorrente de R$ 5,402 bilhões no quarto trimestre de 2024 (4T24), um crescimento expressivo de 87,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. A forte recuperação veio acompanhada de projeções otimistas para 2025 e do anúncio de cancelamento de ações em tesouraria, reforçando a estratégia de valorização dos papéis no mercado.

Margens e receitas em alta no Bradesco

A recuperação do banco foi impulsionada pelo crescimento da margem financeira total, que atingiu R$ 16,995 bilhões, uma alta de 5,4% em um ano e 6,2% no trimestre. A margem com clientes, indicador que reflete os ganhos com operações de crédito, também avançou 4,7%, chegando a R$ 16,153 bilhões.

Já a receita total, excluindo o impacto do aumento de participação na Cielo, subiu 5,4% no trimestre e 7,9% no ano, impulsionada por três fatores principais:

  • Margem financeira total
  • Receitas com serviços
  • Operações de seguros

Por outro lado, as despesas operacionais cresceram 8,8% no trimestre e 7,5% no ano, refletindo o aumento de custos administrativos e de pessoal.

Crédito em expansão e inadimplência em queda

O Bradesco encerrou 2024 com uma carteira de crédito de R$ 981,7 bilhões, representando um crescimento robusto de 11,9% em um ano e 4,0% no trimestre. O avanço foi impulsionado por operações de baixo risco e boa margem líquida, um sinal positivo para a sustentabilidade do crescimento do banco.

Além disso, a inadimplência superior a 90 dias recuou 0,2 ponto percentual no trimestre e 1,1 p.p. no ano, com destaque para a melhora no segmento de micro, pequenas e médias empresas (MPME).

Outro dado positivo foi a redução da Provisão para Devedores Duvidosos (PDD), que caiu 29,1% no comparativo anual, totalizando R$ 7,460 bilhões no 4T24.

Opinião

Para Marco Saravalle, CIO da MSX Invest, os resultados do Bradesco vieram dentro do esperado pelo mercado. No entanto, ele ressalta que, ao comparar com o terceiro trimestre, já é possível notar uma “desaceleração no ritmo de crescimento“. Saravalle destaca que o guidance do banco foi o principal ponto de atenção, semelhante ao do Itaú, indicando um ano de concessão de crédito mais seletiva e um crescimento mais moderado. Apesar da melhora sequencial e da solidez da operação de seguros, o Bradesco segue atrás de seus concorrentes, especialmente em termos de retorno. Ele acrescenta que, “embora os bancos ainda estejam descontados, a MSX Invest mantém preferência por Itaú e Banco do Brasil, que oferecem maior potencial de valorização, retorno e dividendos“. Segundo ele, o Bradesco tende a pagar dividendos menores que seus pares, enquanto o Banco do Brasil deve ter um yield próximo de 12%. Com poucos elementos surpreendentes no balanço, Saravalle acredita que a reação do mercado deve ser neutra, sem movimentos bruscos nos papéis do banco.

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