Crime controla mais de 1.000 postos de combustíveis, diz Lewandowski

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, estimou na 4ª feira (5.fev.2025) que o crime organizado tem controlado mais de 1.000 postos de distribuição de combustíveis para perpetrar crimes como o de lavagem de dinheiro.

Lewandowski determinou que a PF (Polícia Federal) instaure um inquérito para investigar a atuação de grupos criminosos no setor. O anúncio foi feito durante a 1ª reunião do Núcleo de Combate ao Crime Organizado, criado em janeiro.

O crime organizado tem utilizado postos de combustíveis como fachada para lavagem de dinheiro e outras práticas ilícitas. Estima-se que mais de 1.000 postos já estejam sob controle dessas organizações, o que afeta diretamente a concorrência, distorce os preços e compromete a segurança econômica do setor”, disse o ministro.

Participaram da reunião, além de Lewandoski e dos secretários do Ministério, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues; o presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), Alexandre Cordeiro Macedo; o presidente do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), Ricardo Liáo; o secretário de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Pietro Mendes; o secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas; entre outras autoridades.

De acordo com Lewandowski, a investigação terá foco na formação de cartéis e na infiltração criminosa no setor.

O trabalho da PF vai buscar, segundo o ministro, não apenas desarticular a infiltração criminosa, mas também fortalecer os mecanismos de fiscalização para garantir que o mercado de combustíveis opere de maneira justa e transparente.

Lewandowski também anunciou a criação de um subgrupo permanente, destinado a fornecer informações estratégicas para as autoridades competentes, promovendo a troca de dados entre os órgãos envolvidos.

Composto por diversas agências e servidores da casa, esse subgrupo terá como missão apoiar a PF no aprofundamento das investigações.

O crime organizado infiltrado no setor de combustíveis tem gerado grandes prejuízos à economia nacional, não só pela sonegação de bilhões em impostos, mas também pela prática de lavagem de dinheiro, adulteração de produtos e formação de cartéis”, afirmou.

O ministro destacou que, com a união de esforços entre os órgãos públicos e o setor privado, que já havia identificado essa infiltração criminosa, agora há uma base sólida para um enfrentamento mais efetivo.

Plano Amas

Na ocasião, o ministro anunciou a criação de um sistema de segurança integrado como parte do Plano Amas (Amazônia: Segurança e Soberania), que envolve todos os 9 Estados da Amazônia Legal.

Coordenado em parceria com a PF, o projeto busca fortalecer as ações de combate ao crime organizado na região.

O plano é estruturado em torno de um planejamento estratégico central, que já está em vigor e serve como base para as ações subsequentes de combate ao crime na região.

Neste momento, o foco está na prevenção e repressão ao crime ambiental. A iniciativa visa a intensificar fiscalizações em áreas sensíveis, como os rios, e combater práticas criminosas que prejudicam o meio ambiente e a segurança pública.

O projeto tem o apoio de organizações internacional, como a Interpol (Organização Internacional da Polícia Criminal, na sigla em inglês) e a Europol (Agência da União Europeia para a Cooperação Policial, na sigla em inglês), além de países da região que já manifestaram o desejo de colaborar com o sistema voltado para a Amazônia.

Essa colaboração ampliada busca fortalecer a cooperação internacional no enfrentamento do crime organizado na região.

Núcleo de combate ao crime organizado

O Núcleo de Combate ao Crime Organizado foi criado em janeiro de 2025 para integrar e desenvolver estratégias conjuntas entre os órgãos do MJSP (Ministério da Justiça e da Segurança Pública).

Suas principais funções incluem mapear, sistematizar e analisar informações sobre grupos criminosos, suas estruturas, atividades econômicas e vínculos externos.

Além disso, os integrantes do ministério pretendem simplificar e dar agilidade aos processos de identificação e confisco de bens ilícitos para garantir que esses recursos sejam direcionados ao fortalecimento das ações de segurança pública.


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Com informações da agência do Ministério da Justiça.

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