Presidente da FETRANSLOG-NE afirma que greve dos caminhoneiros não está descartada: “se houver, será pelos motoristas autônomos”

O presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Nordeste (FETRANSLOG-NE), Arlan Rodrigues, afirmou nesta quarta-feira (5), que uma possível greve dos caminhoneiros não está descartada e que “se houver, será pelos motoristas autônomos”.

Conforme apurou o ClickPB, a afirmação foi feita no Programa Arapuan Verdade, da Rádio Arapuan FM. Arlan Rodrigues explicou que todos os aumentos do diesel impactam diretamente o transporte de cargas e que o aumento anunciado pela Petrobras deverá ser repassado imediatamente às tarifas do transporte. Com isso, por parte das empresas do setor, não há riscos de greve, mas se ocorrer, será pelos próprios caminhoneiros autônomos.

“Qualquer aumento de óleo diesel gera uma inquietação imediata no nosso segmento de transporte, pois o diesel é o nosso principal insumo que compõe algumas tarifas. Chega a ser 60 a 70 % do custo total da tarifa. Óbvio que qualquer aumento tem que ser imediatamente repassado para as nossas tarifas. Esse aumento não estava previsto, do lado das empresas de transporte de cargas não há nenhum indicativo relacionado a possível movimentação de greve, se houver será do lado dos caminhoneiros autônomos, que possuem sua própria representação e eles inclusive sentem ate mais que a gente pois o custo para eles é ainda maior”, explicou o presidente.

Segundo o presidente das Federações, as novas tarifas do transporte devem entrar em vigor a partir desta quinta-feira (6), impactando diretamente os clientes destas empresas, que por sua vez repassam o aumento para o produto que é recebido pelo consumidor final.

“Estou em Foz do Iguaçu, no Paraná, participando de um evento que reúne todas as empresas de transporte de cargas do Brasil e a decisão unânime é de que a partir de amanhã todos esses aumentos terão de ser repassados imediatamente para os nossos fretes e, consequentemente, nossos clientes irão repassar para seus produtos e para os consumidores finais”, destacou Arlan.

Ainda de acordo com Arlan Rodrigues, o aumento funciona como um efeito ‘cascata’ e que entidades da categoria já emitiram notas de repúdio, referentes aos aumentos da Petrobras.

“É um aumento que vai repercutir de forma imediata, como um efeito cascata que começa na tarifa do frete, passa para o nosso cliente e em ultimo grau para o consumidor final que vai pagar a conta. É lamentável, algumas entidades nossas estão emitindo notas de repúdio, a nossa federação que representa o Nordeste também esta avaliando a emissão da nota, em relação a esse aumento totalmente inesperado e descabido que vai prejudicar muito, um momento delicado da economia brasileira”, afirmou.

Por fim, o presidente da FETRANSLOG-NE destacou que sempre existe o risco de greve dos caminhoneiros e que a ocorrida em 21 de maio de 2018 trouxe diversos prejuízos que foram recuperados, em parte, dois anos depois.

“Sempre há o risco de uma greve dos caminhoneiros. Particularmente, sou contra esse movimento. Essa greve que ocorreu há cinco anos atras ela durou apenas oito dias e nos demoramos quase dois anos para recuperar as perdas imensuráveis que o país todo teve com a greve, já que estamos num pais essencialmente rodoviário. 70% do que se transporta no Brasil é pelo modal rodoviário e digo que é mais, cerca de 100%, pois os outros 30% que vem por trens e aviões acabam sendo completadas com os caminhões, já que esses meios de transporte não chegam na porta da casa do consumidor. Avalio como uma greve não oportuna nesse momento, defendemos que não se parta e me parece ser um repasse imediato.”, destacou o presidente.

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