Inflação de alimentos segue sendo um calo no pé do governo

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O governo federal tem ventilado na imprensa uma série de medidas para reduzir a alíquota de importação e oferecer mais subsídios ao crédito de pequenos agricultores, buscando diminuir custos e aumentar a eficiência das cadeias produtivas. No entanto, segundo Andrea Ângelo, da Warren Investimentos, os impactos diretos dessas iniciativas nos preços dos alimentos podem ser limitados, especialmente no atual cenário de atividade econômica aquecida.

  • Medidas que visam desburocratizar e reduzir custos sempre são bem-vindas e podem trazer ganhos de eficiência, mas para que o consumidor sinta um efeito real nos preços, o contexto econômico precisa ser favorável,” explica Ângelo. “Hoje, a demanda segue forte e o mercado de trabalho está aquecido. Tivemos um reajuste salarial de 7,5% recentemente, o que reduz o espaço para que qualquer redução de custos se traduza em queda de preços,” acrescenta.

A estrategista, que participou da programação da BM&C News, destaca que, mesmo com reduções nos custos de importação e incentivos ao setor agrícola, o empresariado pode não sentir incentivos suficientes para repassar essas economias ao consumidor final. Os comerciantes tendem a ajustar seus preços conforme a demanda e o ambiente inflacionário. Se a demanda se mantém alta, o espaço para redução de preços é pequeno, avaliou Andrea Ângelo.

  • Outro ponto levantado por Ângelo é que essas medidas precisam ser acompanhadas por uma estratégia macroeconômica mais ampla para que tenham efeito significativo. “Reduzir alíquotas pode ser positivo, mas se não houver um ambiente de menor pressão da inflação e mais concorrência, o efeito pode ser limitado“, pondera.

Para o consumidor, a expectativa de redução de preços nos alimentos continua incerta. Enquanto as medidas do governo podem trazer alívio para alguns setores, a transição para o varejo e o impacto no orçamento das famílias dependerão de fatores como inflação, oferta e demanda. “Ainda é cedo para afirmar que essas iniciativas trarão redução perceptível no custo da cesta básica”, conclui a economista.

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