Beneficiários do Bolsa Família relatam desafios para conquistar autonomia

No Brasil, mais de 10 milhões de beneficiários do Bolsa Família estão empregados, mas ainda vivem em situação de pobreza ou extrema pobreza. 

Destes, 1,19 milhão possuem empregos formais, como trabalhadores domésticos e servidores públicos, enquanto 6,86 milhões atuam como autônomos ou fazem trabalhos temporários.

Descubra por que milhões de trabalhadores formais e informais permanecem no Bolsa Família mesmo com trabalho e renda mensal fixa.

Trabalho formal e vulnerabilidade

A renda obtida por muitos trabalhadores formais ainda é insuficiente para cobrir as despesas básicas. 

Segundo Elvis Cesar Bonassa, diretor da consultoria Kairós, o número crescente de trabalhadores que dependem do benefício mostra que o emprego formal, por si só, não garante a saída da vulnerabilidade.

A situação é agravada em setores como o trabalho rural temporário, onde 1,77 milhão de pessoas estão empregadas de forma sazonal, vivendo com incertezas durante os períodos de entressafra e recebendo remunerações baixas.

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Desafios e caminhos para a autonomia

Especialistas apontam que, além de políticas de elevação do salário mínimo, outras iniciativas são necessárias para reduzir a vulnerabilidade, como programas de incentivo ao empreendedorismo comunitário e ampliação de oportunidades no programa de aprendizagem.

A “regra de proteção” do Bolsa Família também é uma medida que busca proporcionar maior segurança.

Essa regra garante que, mesmo com um aumento na renda, famílias que ainda recebem menos de meio salário mínimo por pessoa continuem recebendo 50% do valor do benefício por até dois anos.

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Desigualdades persistentes

De acordo com os critérios do programa, famílias em extrema pobreza têm renda de até R$ 109,00 por pessoa, enquanto a faixa de pobreza abrange rendas de R$ 109,00 a R$ 218,00.

Bonassa reforça que a permanência dessas famílias no programa reflete a insuficiência salarial para atender às necessidades básicas garantidas pela Constituição, como moradia, alimentação e saúde.

A discussão sobre a criação de “portas de saída” efetivas para beneficiários do Bolsa Família passa, portanto, por medidas estruturais que vão além do emprego formal, exigindo reformas que promovam salários dignos e oportunidades reais de ascensão social.

Confira: Quem recebe um salário mínimo têm direito ao Bolsa Família?

O Bolsa Família continua sendo uma ferramenta essencial para milhões de famílias brasileiras, mesmo para aquelas com renda proveniente de empregos formais. 

Isso evidencia que o trabalho formal, por si só, muitas vezes não é suficiente para garantir condições básicas de vida. 

Enquanto isso, o benefício segue cumprindo seu papel de amparo, garantindo dignidade e segurança financeira para quem mais precisa.

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