Títulos dos EUA disparam e alerta de inflação ganha força

Títulos dos EUA disparam e alerta de inflação ganha força

Os rendimentos dos Títulos do Tesouro dos EUA continuam a subir, alcançando os maiores níveis em 14 meses. Na última segunda-feira (6), o rendimento dos títulos de 30 anos subiu 5 pontos-base, atingindo 4,86%, o maior patamar desde novembro de 2023. Este movimento acontece em meio a um leilão recorde de US$ 58 bilhões em notas de três anos, parte de uma emissão total de US$ 119 bilhões em dívida programada para esta semana.

Leilões de Dívida Pressionam os Mercados

A semana será marcada por leilões de títulos de 10 e 30 anos, adiados para acomodar o funeral de estado do ex-presidente Jimmy Carter. Essa oferta massiva de dívida tem provocado preocupações entre investidores sobre o impacto nos mercados financeiros e a possibilidade de novos aumentos na inflação. Segundo Gregory Peters, co-diretor de investimentos da PGIM Fixed Income, “a grande quantidade de emissões combinada com a persistência inflacionária coloca mais pressão sobre os mercados”.

Os mercados tiveram uma reversão inesperada após a notícia de que os assessores de Donald Trump poderiam limitar o alcance de seu plano de tarifas. No entanto, a negação rápida do presidente eleito trouxe de volta o pessimismo. Essa volatilidade reflete as expectativas crescentes de que as políticas de Trump possam reaquecer a inflação e manter as taxas de juros em alta.

Títulos de 10 Anos e a Alta Secular dos Juros

O rendimento dos títulos de 10 anos também não ficou atrás, subindo cerca de 50 pontos-base desde o início de dezembro e alcançando 4,64% na segunda-feira, o maior nível desde maio. Para Jim Bianco, fundador da Bianco Research, o mercado está em uma “alta secular” nas taxas de juros, que pode levar o rendimento dos títulos de 10 anos a 5%, um patamar não visto desde 2007.

As taxas de juros mais altas estão afetando diversas classes de ativos. Estrategistas do Morgan Stanley afirmam que os juros são “a variável mais importante a ser observada” em 2025, com impactos profundos nas ações e no dólar. Recentemente, o dólar registrou seu maior ganho anual em quase uma década, alimentado pelos rendimentos crescentes.

Expectativas do Federal Reserve

A mais recente pesquisa MLIV Pulse revelou que 57% dos participantes esperam rendimentos ainda mais altos para os Títulos do Tesouro em 2025. As expectativas refletem a decisão do Federal Reserve de reduzir cortes na taxa de juros para apenas dois movimentos de 25 pontos-base neste ano.

Os rendimentos crescentes reforçam a tensão nos mercados e destacam o impacto de uma política fiscal mais agressiva. Como investidores e analistas continuarão a reagir, os próximos meses prometem ser cruciais para determinar o rumo do mercado financeiro global.


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