Governo estabelece teto para aumento do salário mínimo até 2030

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou uma nova lei que estabelece limites para o reajuste do salário mínimo

A medida busca controlar o crescimento das despesas públicas, limitando o aumento real do piso salarial a um teto de 2,5% acima da inflação até 2030. 

Confira como ficará o salário mínimo em 2025 e entenda as novas regras de reajuste salarial aprovadas pelo governo.

Nova regra para reajuste do salário mínimo

Anteriormente, o salário mínimo era reajustado pela soma da inflação acumulada (INPC) e do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes, sem limites de aumento real. 

Agora, a nova fórmula mantém a mesma base de cálculo, mas limita o ganho real a no máximo 2,5% ao ano.

O Ministério da Fazenda argumenta que cada R$ 1 de aumento no salário mínimo gera um impacto de R$ 392 milhões nas contas públicas devido à vinculação de benefícios sociais e previdenciários ao piso. 

Com a nova regra, o governo estima economizar até R$ 15,3 bilhões nos próximos anos.

Essa mudança representa uma tentativa de alinhar o crescimento do salário mínimo com o novo arcabouço fiscal, que permite que as despesas públicas cresçam entre 0,6% e 2,5% acima da inflação.

Quer receber nossas notícias gratuitamente em seu e-mail? Preencha este formulário e receba uma seleção de conteúdos meutudo quinzenalmente!

Impacto do piso de 2025

O novo salário mínimo de R$ 1.518,00, válido a partir de janeiro de 2025, reflete um reajuste total de 7,5%, com ganho real de 2,5%

Sob a regra anterior, que não limitava o aumento real, o valor seria de R$ 1.528, considerando o INPC de 4,84% e o crescimento do PIB de 3,2%. 

A aplicação do teto de 2,5% reduziu o aumento em R$ 10.

A decisão afeta diretamente 27,4 milhões de beneficiários do INSS, cujos pagamentos estão vinculados ao salário mínimo, além de trabalhadores com piso salarial atrelado ao valor nacional.

Mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC)

A lei sancionada também trouxe alterações para o Benefício de Prestação Continuada (BPC), que atende idosos acima de 65 anos e pessoas com deficiência de baixa renda.

Embora o governo tenha vetado a exigência de que a deficiência seja moderada ou grave para acesso ao benefício, o texto estabelece que todas as concessões estarão sujeitas a uma avaliação regulamentada em 2025.

Outros pontos incluem:

  • Exclusão da renda de cônjuges que não moram no mesmo imóvel no cálculo da renda familiar
  • Atualização obrigatória dos cadastros a cada 24 meses
  • Biometria como requisito para concessão, exceto em áreas onde a tecnologia não está disponível

O governo espera economizar R$ 2 bilhões anuais com as novas regras.

As mudanças na política de reajuste do salário mínimo e no BPC fazem parte do esforço do governo para ajustar as contas públicas sem comprometer os direitos dos mais vulneráveis. 

Apesar das restrições, as medidas sinalizam um compromisso com a responsabilidade fiscal, equilibrando necessidades sociais e econômicas.

Para receber mais notícias como essa, inscreva-se em nosso formulário e receba quinzenalmente direto no seu e-mail.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.