Fomos às ruas e perguntamos o que as pessoas esperam para 2025 

Um clima especial paira entre as pessoas nos últimos dias do ano velho, até o ápice no dia 1º de janeiro, com a confraternização universal. Mas o feriado do Ano Novo também guarda o nome de Dia Mundial da Paz, proposto pelo Papa Paulo VI no fim dos anos 1960. A ideia do pontífice foi uma das primeiras e mais importantes propostas para congregações ecumênicas já realizadas.“Embora a data tenha origem religiosa, ela não se restringe a nenhum credo. Ela foi endereçada pelo papa aos verdadeiros amigos da paz, pessoas de boa vontade, pessoas que têm este interesse na promoção da paz”, explica o professor de história e cientista da religião Márcio Neco.O contexto dos anos 60 era de ebulição geopolítica, com a Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética e a proliferação de conflitos em escala regional, além dos regimes de exceção na América Latina – como o caso da ditadura militar no Brasil – e parte da Europa. “A ideia, então, do papa Paulo VI para o Dia Mundial da Paz era justamente conscientizar a humanidade para a construção de um mundo melhor. Desde então, é uma ocasião para se refletir acerca da possibilidade de sempre construir novas etapas, novos momentos, com um espírito mais justo, mais pacífico, mais humano, mais fraterno”, complementa Neco.DESPERTARO feriado, embora hoje em dia seja mais comum se falar em réveillon – palavra francesa que significa “despertar” em tradução livre –, conserva entre a população os objetivos idealizados pelo papa, misturando também as características do despertar para uma nova fase importado dos franceses. “Para mim, é muita reconexão o Ano-Novo, é uma fase de reconexão comigo, assim, com a minha família, né? O Giuliano é minha família. Eu acho que também é renovar as energias para a gente”, opina Mariana Taddeo, 27, sanitarista, que está de férias em Belém com o marido Giuliano.O casal mora na capital paulista e veio após indicação de amigos que gostaram da cidade quando vieram. Além disso, desejavam conhecer a rotina amazônica e aproveitar para desacelerar do ritmo paulistano. “A gente veio buscar isso em Belém, assim, renovar da cidade. Que a gente estava muito cansado. Aqui tem mais natureza, a gente tá buscando essa calmaria, assim”, completa Mariana. Os dois ficam na capital até 6 de janeiro.Quem também veio ao Pará por conta do fim de ano foi a engenheira Camila Souza, 29, belenense, mas que mora hoje em Lisboa e sempre aproveita o réveillon para reviver sua terra natal e reencontrar os amigos. “Acho que é relembrar muito o que eu fiz. Eu me lembro muito de onde eu vim e relembrar tudo o que eu vi desde criança. É aconchegante, é um lugar relaxante, é um lugar que relembra tudo o que eu passei e reforça onde eu vim. Quando estou lá fora, me lembra tudo que eu passei e o que eu aprendi e reforça a minha cultura e o valor que eu tenho que dar para a minha cidade.”

O papa Francisco, como tradicionalmente faz todos os anos, destina um tema a ser refletido no dia 1º. “Esse ano, o tema que o papa Francisco escolheu é ‘Perdoa-nos as nossas ofensas, concede-nos a Tua paz’. Então, ele está ali convidando as pessoas a desarmar o coração do primeiro ao último, do pequeno ao grande, do rico ao pobre, e estabelecer um novo momento”, finaliza Márcio Neco.

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