Guerras X Investimentos em 2024: Como os conflitos afetaram o bolso do brasileiro?

Guerras X Investimentos em 2024: Como os conflitos afetaram o bolso do brasileiro?

Em 2024, o impacto econômico de conflitos geopolíticos foi um dos principais fatores que moldaram a dinâmica global. O ano foi marcado por intensa volatilidade nos preços das commodities, desafios logísticos e uma inflação persistente, o que exigiu ajustes na política monetária de diversos países. No Brasil especificamente, essa volatilidade levou o dólar a disparar e alcançar a marca de R$ 6,00 e empresas como a Petrobras a acumularem mais de 11,6% de valorização devido a da alta no preço dos barris.

Segundo Sidney Lima, analista CNPI da Ouro Preto Investimentos, “Os confrontos no Oriente Médio, especialmente entre Israel e Palestina, assim como a guerra em curso entre a Rússia e a Ucrânia, afetaram profundamente os mercados financeiros, as cadeias de suprimento e a estabilidade econômica mundial, principalmente devido a dependência de combustível e energia por parte da Europa.” Neste contexto, o analista cita que é essencial entender como esses conflitos interagiram com a economia global e como as consequências podem se estender a longo prazo.

Impacto no Mercado de Energia

Os conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio impactaram significativamente os mercados de energia. A guerra entre Rússia e Ucrânia gerou incertezas nos preços do petróleo e gás, com as sanções ocidentais afetando as exportações russas. Entre dezembro de 2021 e maio de 2022, o preço do barril de petróleo disparou 58,13%, atingindo US$ 130,00,  refletindo essa instabilidade. No Oriente Médio, os conflitos em países como Israel, Palestina e Síria, responsáveis por cerca de 31% da produção mundial de petróleo, também contribuíram para a volatilidade dos preços, devido ao risco de interrupção no fornecimento da região. 

Em 2024, os preços do petróleo Brent ficaram entre US$ 70,00 e US$ 80,00 , impactando os custos de vida e acelerando investimentos em energias renováveis. Segundo Sidney Lima, “Muitos países, especialmente na União Europeia e nos Estados Unidos, aceleraram os investimentos em fontes de energia renovável, como o gás natural liquefeito (GNL) proveniente de outros países, com o objetivo de reduzir a dependência de combustíveis fósseis, especialmente os russos, tentando mitigar os impactos da instabilidade geopolítica”. Além disso, as sanções impostas pela comunidade internacional à Rússia levaram o governo de Putin a buscar novos mercados na Ásia, com China e Índia emergindo como grandes consumidores de petróleo russo. “Essa mudança alterou as dinâmicas comerciais globais e provocou uma reconfiguração das rotas de comércio tradicionais.”, acrescenta Sidney Lima. 

Efeitos nas Cadeias de Suprimento

Os conflitos afetaram significativamente as cadeias de suprimento globais, especialmente nos setores de alimentos, tecnologia e manufatura. A guerra na Ucrânia interrompeu as exportações de grãos, como trigo e milho, dos quais o país é um dos maiores produtores mundiais. Isso elevou os preços dos alimentos e gerou uma crise alimentar em regiões como o norte da África e o Oriente Médio. As sanções à Rússia também causaram disrupções nas cadeias globais, impactando o comércio de metais essenciais, como alumínio e titânio, e afetando a produção de setores como automóveis e eletrônicos. “O aumento nos custos das matérias-primas e os desafios logísticos elevaram os custos de produção e causaram escassez de produtos”, explica Sidney Lima. Na europa esse cenário levou o setor automotivo a anunciar a extinção de cerca de 32 mil empregos durante os primeiros 6 meses de 2024. Além disso, a interrupção das rotas comerciais no Mar Negro e a insegurança no Cáucaso agravaram a escassez de semicondutores e outros componentes eletrônicos essenciais para a fabricação de produtos tecnológicos.

Inflação e Taxas de Juros

Em 2024, a inflação global disparou, impulsionada principalmente pelo aumento nos custos de energia e alimentos. “Esse impacto foi especialmente grave em economias emergentes, onde a alta dos preços de commodities como trigo e petróleo agravou a pobreza e a insegurança alimentar. No Brasil, o Boletim Focus já projeta inflação de 4,59% para 2025”, afirma Sidney Lima. No entanto, essas medidas, embora eficazes em algumas regiões, afetaram negativamente o crescimento econômico, principalmente em países com alta dívida pública. “O aumento das taxas que no Brasil chegou a 12,25%,  gerou custos mais elevados para empréstimos, desacelerando a atividade econômica”, complementa Lima. Além disso, a inflação desigual exacerbou as disparidades econômicas, onde os mais pobres enfrentaram maior perda de poder de compra e uma crise crescente de endividamento. 

Perspectivas para 2025

O impacto dos conflitos geopolíticos em 2024 terão repercussões por muito tempo. Para 2025, analistas projetam uma recuperação econômica global lenta, com muitos países ainda enfrentando os efeitos da inflação elevada e dos altos custos de energia. Embora exista a expectativa de uma possível conclusão da guerra na Ucrânia, o impacto a longo prazo sobre as economias permanece incerto. Além disso, os conflitos no Oriente Médio continuarão a afetar o mercado de energia e a segurança global. “As tensões geopolíticas podem reconfigurar alianças econômicas, com novos blocos comerciais surgindo, especialmente na Ásia e África, em resposta ao enfraquecimento da


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