Em clima natalino, Ibovespa fecha no vermelho

Segundo análise de Idean Alves, planejador financeiro e especialista em mercado de capitais, nesta sessão marcada pelo baixo volume de negócios por conta da antevéspera de Natal, o Ibovespa recuou abaixo dos 121 mil pontos, o que leva a uma queda de quase 9% no ano, em um 2024 marcado por fortes emoções, com a bolsa andando a maior parte do tempo de lado, bons resultados das empresas, mas ações com os preços bastante machucados nas correções do mercado.

Contribuiu para isso o investidor estrangeiro com medo do risco fiscal brasileiro, inflação e juros altos, bem como outras opções de investimentos no exterior como EUA, Europa, África do Sul e Índia.

Essa fuga de capital contribuiu também para o dólar subir mais de 25% no ano, e pressionar ainda mais o cenário local, com um dólar beirando os R$ 6,20, caminhando para a previsão de algumas empresas no começo do ano da moeda americana em R$ 6,40, que antes parecia inimaginável, e agora é uma questão de tempo.

Nessa mesma linha a curva de juros futuros precifivava uma taxa de juros acima de 15%. Com a previsão da Selic em 14,25% segundo o Copom, devemos reviver o cenário de 2016, em que foi a última vez que esse patamar de juros se repetiu, e que levou os juros futuros a 18% no ano, um cenário bem desconfortável para os endividados e para o crédito no Brasil.

Na ponta positiva da Bolsa temos Hypera subindo depois da EMS, através do fundo Dodgers, anunciar que comprou em torno de 6% da empresa, lembrando que no passado recente a EMS já tentou a fusão da empresa. E tal fato fez a ação ter a maior cotação do dia.

Logo em seguida temos a Sabesp que sobe mais de 2% após a Moody’s reiterar a nota de crédito da empresa com perspectiva estável, acreditando que a mesma seguirá com disciplina financeira.

Em meio ao risco fiscal, juros e dólar em alta, as ações cíclicas puxam as perdas no Ibovespa. Destaque para Azul com queda de mais 7%, por conta dos juros alto e do dólar pressionando os custos de leasing das aeronaves e dos combustíveis.

O mesmo vale para empresas como CVC, Azzas, Vivara, e Magazine Luiza, que dependem do ciclo positivo da economia, e do crédito mais barato. Com a população altamente endividada, o consumo das famílias deve cair, o que já reflete no preço desse tipo de ação.

Confira abaixo os dados de fechamento do Ibovespa e demais índices:

• Ibovespa: 120.766,57 (-1,09%)
• S&P 500: 5.974,04 (+0,73%)
• Nasdaq: 19.764,89 (+0,98%)
• Dow Jones: 42.906,95 (+0,16%)
• Dólar: R$ 6,18 (+1,8%)
• Euro: R$ 6,44 (+1,59%)

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