A tarifa de ônibus em São Paulo pode subir em 2025, afirma Ricardo Nunes

Desde o último reajuste, realizado ainda na gestão do ex-prefeito Bruno Covas (PSDB), a tarifa dos ônibus municipais de São Paulo segue sem alterações, apesar do aumento dos custos operacionais e da inflação. Para sustentar o sistema de transporte público com o valor atual, a Prefeitura de São Paulo tem desembolsado recursos significativos em subsídios às empresas de ônibus. Até outubro de 2024, os gastos chegaram a R$ 5,64 bilhões, com projeções de superarem R$ 6 bilhões até o fim do ano.

O prefeito Ricardo Nunes afirmou que não haverá reajuste acima da inflação acumulada. Se a tarifa fosse corrigida integralmente, com base na inflação de 32,77%, o valor poderia chegar a R$ 5,84. No entanto, Nunes reforçou que a decisão final será tomada após avaliação de custos, como dissídios de funcionários e o preço do diesel. A expectativa é que o novo valor seja anunciado até o final de dezembro de 2024.

Os gastos com subsídios têm aumentado nos últimos anos. Em 2023, a Prefeitura desembolsou R$ 5,3 bilhões para o sistema de transporte, enquanto em 2022 o valor foi de R$ 5,1 bilhões. Para 2025, o Projeto de Lei Orçamentária Anual prevê um valor ainda maior, estimado em R$ 6,4 bilhões.

Tradicionalmente, o reajuste das tarifas municipais de ônibus ocorre simultaneamente ao aumento das passagens do Metrô e da CPTM, que são gerenciados pelo governo estadual. Em 2024, no entanto, o prefeito decidiu manter a tarifa de ônibus congelada, mesmo após o governador Tarcísio de Freitas elevar o preço dos modais estaduais para R$ 5,00.

O congelamento da tarifa foi mantido por quatro anos consecutivos, período considerado o mais longo desde o Plano Real. A medida também foi influenciada pelo cenário eleitoral de 2024, quando Nunes optou por não aplicar correções. Contudo, a decisão aumentou a dependência dos subsídios municipais para manter o equilíbrio financeiro do sistema de transporte.

A Prefeitura destaca que os subsídios financiam benefícios como o programa Domingão Tarifa Zero, que já atendeu mais de 150 milhões de passageiros, além da gratuidade para idosos, estudantes e pessoas com deficiência. Apesar disso, a gestão precisa equilibrar os custos sem comprometer áreas prioritárias como saúde e educação.

O cenário para 2025, portanto, dependerá dos estudos em andamento que avaliarão as condições econômicas e operacionais do sistema. A decisão final sobre o reajuste será anunciada até o fim de dezembro, garantindo um equilíbrio entre a necessidade de aumento e a capacidade financeira dos usuários.

Fonte: G1, MSN e Terra.

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