Ibovespa fecha em queda com risco fiscal no radar

Segundo análise de Fabio Louzada, economista, planejador financeiro e fundador da Eu me banco, o Ibovespa operou em mais um dia volátil nesta segunda-feira (17), com dólar e juros futuros subindo. As preocupações com o fiscal seguem ditando o ritmo do mercado. Boletim Focus divulgado hoje trouxe uma elevação das projeções para a Selic para o fim de 2025 e 2026. Para 2025, se espera uma taxa de 14% e para 2026, uma taxa de 11,25%. Além disso, a projeção para o IPCA em 2025 subiu pela nova semana seguida passando para 4,60%, acima do teto da meta.

Esses dados impulsionaram o estresse na curva de juros, que subiu, inclusive, tirando do ar mais cedo a comercialização de títulos do tesouro direto. As taxas registraram novas máximas com o Tesouro IPCA 2029 pagando acima de 7,7% de taxa fixa, além do Tesouro prefixado 2027 acima de 15%. As taxas seguem num ritmo de alta desde que o governo apresentou um pacote de corte de gastos considerado insufiente pelo mercado, além de uma proposta de isenção de IR para quem recebe até R$ 5 mil.

Mercado aguarda amanhã por novidades com a divulgação da ata do Copom, após um comunicado considerado hawkish já considerando 2 novas altas de 100 pontos base nas próximas duas reuniões. Com a alta das taxas, papeis do setor varejista sofrem como ASAI3, MGLU3, CEAB3 e LREN3.

Entre as altas, temos PCAR3, que mesmo sofrendo com a taxa de juros em alta, sobe hoje após a Reag Trust aumentar a participação na empresa. De acordo com um comunicado divulgado mais cedo, gestora atingiu 9,56% de participação na empresa. E isso faz as ações hoje estarem entre as principais altas do dia. Outra alta de hoje é de Rede D’Or, que sobe após a companhia anunciar um programa de recompra de 30 milhões de papeis ordinários limitado ao valor de R$ 1 bilhão. Outra alta é de Kora Saúde, que sobe após a controladora da companhia protocolar nova oferta pública de ações. Automob também sobe bem em dia de estreia na bolsa.

Dólar arrefeceu alta após o Banco Central realizar leilão na tentativa de conter subida da moeda, mas ainda sobe. O peso das preocupações fiscais acaba predominando e os leilões ainda não têm se mostrado suficientes para conter o avanço do dólar.

Confira abaixo os dados de fechamento do Ibovespa e demais índices

  • Ibovespa: 123.560,06 (-0,84%)
  • S&P 500: 6.074,11 (+0,38%)
  • Nasdaq: 20.173,89 (+1,24%)
  • Dow Jones: 43.717,85 (-0,25%)
  • Dólar: R$ 6,09 (+1,03%)
  • Euro: R$ 6,40 (+1,12%)

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