A polícia sul-coreana realizou na noite de 3ª feira (10.dez.2024), manhã de 4ª feira (11.dez) na Coreia do Sul, buscas no gabinete do presidente Yoon Suk-yeol. As investigações se dão depois do líder sul-coreano fracassar ao impor uma lei marcial no país. As informações são da agência de notícias Yonhap.
De acordo com a agência, a polícia da Coreia do Sul fez operações de busca no gabinete do presidente para descobrir se Yoon e outros envolvidos na imposição da lei marcial cometeram o crime de rebelião. Mais cedo, Kim Yong Hyun, ex-ministro da Defesa, foi detido após um tribunal de Seul considerá-lo culpado por abuso de poder e por desempenhar um papel fundamental na ação.
Durante uma audiência parlamentar na 3ª feira (10.dez), o comandante do Comando de Guerra Especial do Exército, Kwak Jong-keun, afirmou que recebeu instruções diretas de Kim Yong Hyun para impedir que os legisladores entrassem na câmara principal da Assembleia. Kwak disse que o objetivo era impedir que os 300 integrantes do parlamento reunissem os 150 votos necessários para anular o decreto de lei marcial de Yoon. Ele também declarou que recebeu ordens diretas de Yoon para que “destruíssem rapidamente a porta e arrastassem os legisladores que estavam dentro”.
O comissário-geral da Agência Nacional de Polícia, Cho Ji Ho, e Kim Bong-sik, chefe da agência de polícia metropolitana de Seul, também foram detidos. Eles estão sendo investigados por enviar forças policiais ao Parlamento Nacional e impedir que parlamentares votassem contra à lei marcial.
As prisões ocorrem em meio à tentativa da oposição de aprovar um pedido de impeachment contra o presidente sul-coreano. O Partido Democrático apresentou, na 3ª feira (10.dez), uma nova moção para o afastamento de Yoon depois de a 1ª fracassar no sábado (7.dez), quando o partido governista boicotou a votação. O Partido Democrático afirma que a nova moção deve ser enviada para análise dos legisladores ainda nesta semana.
A oposição afirma que o decreto de lei marcial foi inconstitucional, já que um presidente pode decretar a lei apenas em “tempos de guerra, situações semelhantes a guerras ou outros estados de emergência nacional comparáveis”.
De acordo com a lei sul-coreana, um impeachment é o único método para suspender os poderes presidenciais. A constituição estabelece que a autoridade para comandar as forças armadas pertence somente ao presidente, ao que o Ministério da Defesa afirmou que Yoon continua no comando das forças militares do país.