Governo Biden aprova memorando confidencial sobre cooperação entre Rússia, Coreia do Norte, Irã e China


Gestão do democrata concluiu documento com achados sobre crescente cooperação entre rivais dos EUA antes de Trump assumir presidência, em janeiro, e que pode ajudar novo governo. Presidente Joe Biden
Reprodução/Casa Branca
O presidente Joe Biden aprovou um novo memorando de segurança nacional antes do retorno de Donald Trump à Casa Branca, que pode servir como um roteiro para a administração que chega enquanto busca enfrentar a crescente cooperação entre China, Irã, Coreia do Norte e Rússia, informou a Casa Branca nesta quarta-feira (11).
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Funcionários da administração Biden começaram a desenvolver o documento de orientação neste verão. Ele foi projetado para ser um guia que ajude a próxima administração a estruturar sua abordagem desde o primeiro dia sobre como lidar com os estreitamentos de relações entre os principais adversários e concorrentes dos Estados Unidos, segundo dois altos funcionários do governo.
Os funcionários, que falaram sob condição de anonimato devido às regras estabelecidas pela Casa Branca, disseram que o memorando classificado não será divulgado ao público devido à sensibilidade de algumas de suas conclusões.
O documento inclui quatro recomendações principais:
Melhorar a cooperação interagências do governo dos EUA;
Acelerar o compartilhamento de informações com aliados sobre os quatro adversários;
Calibrar o uso de sanções e outras ferramentas econômicas para máxima eficácia, e
Fortalecer a preparação para gerenciar crises simultâneas envolvendo esses adversários.
Os Estados Unidos há muitos anos estão preocupados com a cooperação entre os quatro países. Essa coordenação se intensificou após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022.
Os funcionários observaram que, à medida que a Rússia se tornou mais isolada de grande parte do mundo, Moscou passou a recorrer ao Irã para obter drones e mísseis. Da Coreia do Norte, os russos receberam artilharia, mísseis e até milhares de tropas que viajaram para ajudar os russos a repelir as forças ucranianas na região de Kursk. A China, por sua vez, tem apoiado a Rússia com componentes de uso dual que ajudam a sustentar sua base industrial militar.
Em troca, a Rússia enviou caças ao Irã e ajudou Teerã a fortalecer sua tecnologia de defesa antimísseis e espacial.
A Coreia do Norte recebeu da Rússia combustível e financiamento necessários para expandir suas capacidades industriais e militares. Os funcionários acrescentaram que a Rússia “aceitou, de fato, a Coreia do Norte como um estado nuclear”.
Enquanto isso, a China está se beneficiando do know-how russo, com os dois países trabalhando juntos para aprofundar sua cooperação técnico-militar. As duas nações também estão conduzindo patrulhas conjuntas na região do Ártico.
Biden e Trump têm visões de mundo marcadamente diferentes, mas funcionários de ambas as administrações – a que está saindo e a que está chegando – disseram que buscaram coordenar questões de segurança nacional durante a transição.
Um dos funcionários afirmou que o memorando da Casa Branca de Biden “não está tentando prender (a administração Trump) ou incliná-los para uma opção de política ou outra”.
O funcionário disse que o documento tem como objetivo ajudar a próxima administração a construir “capacidade” enquanto molda suas políticas sobre algumas das questões de política externa mais difíceis que enfrentará.
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