Bonecos com deficiências físicas e Síndrome de Down auxiliam crianças durante tratamento em centro de reabilitação: ‘Experiência acolhedora’


No total, oito brinquedos terapêuticos inclusivos foram disponibilizados pelo Centro de Reabilitação ‘Lucy Montoro’, em São José do Rio Preto (SP). Bonecos com diversidade representativa, adquiridos pelo Centro de Reabilitação ‘Lucy Montoro’, em São José do Rio Preto (SP)
Funfarme/Divulgação
Crianças amputadas ou com deficiências físicas que fazem tratamento no Centro de Reabilitação “Lucy Montoro”, em São José do Rio Preto (SP), ganharam bonecos terapêuticos inclusivos que se tornaram grandes aliados durante o processo de recuperação. Além de representativos, os brinquedos são usados como ferramentas lúdicas e educativas.
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Os bonecos são utilizados por psicólogos e outros profissionais como ferramenta para auxiliar no atendimento pediátrico.
A psicóloga Sabrina Borsatti explicou ao g1 que o uso dos brinquedos inclusivos para a prática terapêutica é essencial não apenas no aspecto físico, mas também emocional dos pacientes.
São oito bonecos com diversidade representativa, adquiridos pelas Alianças Estratégicas, grupo de apoio da Fundação Faculdade Regional de Medicina (Funfarme), que administra o Centro de Reabilitação “Lucy Montoro” no município.
Entre os brinquedos adquiridos estão bonecos com cadeira de rodas, com prótese na perna, com acessórios como órteses e aqueles que representam pessoas com Síndrome de Down.
Além da abordagem psicológica, os brinquedos são usados por fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais como ferramentas lúdicas e educativas.
“Pacientes com deficiências físicas enfrentam desafios em termos de mobilidade, de identidade e de autoaceitação. As bonecas são inseridas para representar os personagens da vida da criança, seja ela mesma, amigos e familiares”, afirma Sabrina.
Segundo a psicóloga, a nova coleção de bonecos terapêuticos foi escolhida para proporcionar representatividade e apoio emocional aos pacientes em tratamento.
“Nosso objetivo é transformar o processo de reabilitação em uma experiência acolhedora, na qual cada paciente se sinta visto, compreendido e respeitado em sua individualidade”, continua.
Identificação
Victor Zanelato Cescon, de oito anos, e a psicóloga Sabrina Borsatti, no Centro de Reabilitação ‘Lucy Montoro’, em Rio Preto (SP)
Funfarme/Divulgação
Um dos primeiros pacientes da unidade rio-pretense a ter contato com os brinquedos terapêuticos, Victor Hugo Zanelato Cescon, de oito anos, identificou-se imediatamente com um boneco do Ken com cadeira de rodas.
Andresa Ferraz Zanelato, mãe do menino, diz que ficou surpresa ao ver a reação dele após o primeiro contato com o brinquedo.
“Quando ele entrou na sala, ficou surpreso com os bonecos e foi logo brincando. Ele falou para mim que o modelo e a cor da cadeira do Ken são os mesmos que a dele”, conta.
Victor frequenta a unidade desde os dois anos de idade para fisioterapia e reabilitação dos membros inferiores, afetados por uma paralisia cerebral decorrente do parto. Para não atrofiar as pernas, o menino trocou a cadeira de rodas por um andador e ganhou mais mobilidade.
Ele e a mãe moram na cidade de Adolfo (SP) e, uma vez por semana, são atendidos no Lucy Montoro, em Rio Preto. Nesta etapa, a fisioterapia consiste em fortalecer as pernas e preparar o resto do corpo de Victor para a fase de crescimento.
Andresa Zanelato, com o filho Victor e a psicóloga Sabrina Borsatti no Centro ‘Lucy Montoro’, em Rio Preto (SP)
Funfarme/Divulgação
“Ensino o Victor a se virar sozinho, para que não fique dependente de ninguém. Ele tem o próprio quarto, com tudo adaptado. Na escola, vai super bem, participa de tudo”, conta Andresa.
“Os bonecos são legais e importantes para mostrar que a condição das crianças com deficiência é normal, que não precisa assustar”, destaca a mãe de Victor.
Tratamento gratuito
Em São José do Rio Preto, a unidade do Centro de Reabilitação “Lucy Montoro” atende diariamente 650 pessoas, sendo 200 crianças. O atendimento é individual, gratuito e com foco em reabilitar o paciente para a inclusão na comunidade e no mercado de trabalho.
Os bonecos inclusivos foram adquiridos no início de dezembro e, em pouco tempo, trouxeram resultados positivos entre as crianças atendidas.
Bonecos com diversidade representativa, adquiridos pelo Centro de Reabilitação ‘Lucy Montoro’, em São José do Rio Preto (SP)
Funfarme/Divulgação
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