Maestro do AC vai representar estado durante congresso em Portugal: ‘Falar da gente, da nossa música’


Afonso Portela é formado pela Universidade Federal do Acre (Ufac) e vai apresentar artigo científico inspirado pelo músico paraense Waldemar Henrique no congresso “A Língua Portuguesa em Música: Camões, 500 anos”, em Lisboa. Afonso Portela atuou na Escola de Música do Acre entre 2021 e 2024
Marcos Vicentti/Secom
Uma paixão inspirada pela família e que vem desde a infância. O professor e maestro Afonso Portela, da Secretaria de Estado de Educação do Acre (SEE-AC) transformou um costume da família em formação acadêmica.
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Formado em Música pela Universidade Federal do Acre (Ufac), ele é doutorando pela Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc) e vai apresentar um artigo científico no III Congresso Internacional “A Língua Portuguesa em Música: Camões, 500 anos”, em Lisboa, Portugal, de 13 a 15 de fevereiro de 2025.
Portela, que foi coordenador da Escola de Música do Acre entre 2021 e 2024, foi selecionado após se inscrever em edital lançado pela organização do congresso.
“Pra mim é uma alegria muito grande, representar o meu estado em um congresso de nível internacional e falar de elementos de fala empregado do caboclo da Amazônia que é da gente, falar da gente, da nossa música, da nossa forma de cantar em outro país, um país que tem, de certa forma, uma história sobre pesquisa artística, pesquisa musical e poder representar o nosso estado nisso é um valor muito grande”, avalia.
Maestro ajudou a criar a Companhia de Coro e Orquestra do Estado Acre
Arquivo pessoal
No artigo “Abordagens para Interpretação Vocal da Canção Amazônica Farinhada – O Caso Waldemar Henrique”, Portela fala sobre a música de um compositor paraense, e trata sobre vocábulos naturais utilizados na interpretação da canção da mesma região. Após coletar e formatar a tabela de características vocálicas o professor aplicou o conteúdo à interpretação da canção.
“Eu faço uma comparação das falas das pessoas, eu faço uma análise das pessoas oralizando pessoas de cada estado e região norte, e criei uma tabela de características vocálicas”, explica.
Inspirado e inspirador
Portela relembra que a música sempre foi presente em sua casa. Ele conta que teve um tio que tocava violão e teclado, e um avô que fazia apresentações em seringais. Por volta dos 11 anos, ele pediu a um amigo que o ensinasse a tocar violão, e assim começou sua trajetória na arte.
Trajetória esta que incluiu aulas de instrumentos, participação em corais, e a passagem pela Escola de Música, onde ajudou a criar a Companhia de Coro e Orquestra do Estado Acre.
Afonso Portela iniciou muito jovem na música
Arquivo pessoal
“Não é só esse artigo, esse artigo é um de mais destaque, mas tem outros artigos que eu escrevi também. Inclusive eu escrevi um agora a pouco para aprovado, que vai sair esses dias na Universidade Federal do Acre, no curso de Artes Cênicas”, acrescenta.
Ao representar a música acreana em um congresso internacional, Portela espera inspirar seus alunos da Escola de Música e outros amantes da arte no estado, e também deseja que eles trilhem caminhos de destaque.
“Eu sempre trabalhei na Escola de Música no intuito de ofertar pras crianças, sobretudo, a oportunidade de conhecer esse caminho artístico, mesmo que não se tornem músicas profissionais, mas que conheçam, que estejam entretidas com outras coisas, coisas boas, como a cultura, como a música. Então, sim, meu sonho é passar o bastão pra eles, que é o caminho da nossa vida, é produzir, atuar, servir e passar o bastão pras gerações futuras. É assim que eu penso’, finaliza
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