IPCA sobe e surpreende; economista alerta que variação vai exigir maior controle do BC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,39% em novembro, marcando uma desaceleração em relação a outubro, quando a alta foi de 0,56%. O dado, divulgado pelo IBGE nesta terça-feira (data), veio próximo à mediana das projeções de analistas, que esperavam um avanço de 0,38%.

No acumulado de 12 meses, a inflação chegou a 4,87%, acima do registrado em outubro, de 4,76%. Embora os preços administrados tenham apresentado deflação de 0,87%, principalmente devido à queda na energia elétrica, os serviços trouxeram uma pressão inesperada, superando estimativas de casas como a Ativa Investimentos.

Segundo análise do economista Alvaro Bandeira, a variação acima do esperado vai exigir maior controle do Banco Central na reunião de amanhã, esperado 0,75 de alta para a Selic. “Eu não me surpreenderia se viesse um ponto percentual seguida de taxa idêntica logo no mês de janeiro quando tem a outra reunião do Copom”, disse Bandeira.

“Então é um quadro difícil nessa virada de ano com o endividamento das famílias bastante elevado, época de pagamento de IPTU, IPVA, outros impostos e sindicatos e também matrículas escolares e isso vai pressionar mais a dívida das famílias pagando taxa de juros mais altas”, finaliza o economista.

Projeções divergentes e impacto nos núcleos de inflação

Analistas do mercado projetavam um avanço entre 0,36% e 0,40%. Mas a variação foi influenciada por um avanço menor no preço da carne, setor que vinha sendo um ponto de atenção. A média dos núcleos, que reflete a tendência mais estruturada da inflação, desacelerou de 0,44% para 0,39%, atingindo 4,20% no acumulado em 12 meses, o menor nível em dez meses. Apesar do alívio, especialistas alertam que serviços e alimentação fora do domicílio ainda representam riscos à estabilidade dos preços.

O que esperar da inflação nos próximos meses?

Mesmo com a desaceleração, a persistência de pressões em itens essenciais como serviços e alimentação mantém o mercado atento. A dinâmica atual reforça a necessidade de monitorar de perto os núcleos de inflação, principalmente em um cenário de recuperação econômica e consumo aquecido.

A Ativa Investimentos, que esperava um IPCA de 0,32% para novembro, revisou sua projeção anual. O desvio foi puxado por fatores como carnes (+3 pontos base), alimentação fora do domicílio (+2 pbs) e cigarros (+2 pbs). Com o resultado, a casa revisou para cima sua expectativa do IPCA em 2024, de 4,7% para 4,8%, enquanto a projeção para 2025 permanece estável em 4,6%.

“Por fim, nossa perspectiva para o IPCA deste ano deverá ser revisada para cima, de 4,7% para 4,8%, enquanto a projeção para 2025 permanece estável, em 4,6%.”, destacou Étore Sanchez economista-chefe da Ativa Investimentos.


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