Ibovespa fecha em alta com mercado de olho no cenário doméstico

Segundo análise de Lucas Almeida, especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital, a alta do Ibovespa hoje foi impulsionada principalmente por fatores internos, com destaque para a desaceleração do IPCA de novembro na comparação com o mês anterior (0,39%, ante 0,56% em outubro). Apesar disso, o acumulado em 12 meses subiu para 4,87%, reforçando as pressões sobre o Banco Central.

Esse cenário trouxe alívio momentâneo para o mercado, refletido na queda dos juros futuros e do dólar.

Embora as negociações fiscais sigam complicadas, acredito que a sinalização de avanços pontuais pode estar reduzindo parte do pessimismo. O andamento da sabatina dos indicados ao Banco Central também chamou a atenção. Durante a audiência, Newton Davi destacou a necessidade de medidas firmes para controlar a desencorajem das expectativas de inflação, algo que reforça a expectativa de uma postura mais rígida do Copom.

A previsão mais comum no mercado é de uma alta de 0,75 p.p., levando a Selic para 12%. No entanto, na minha visão, uma elevação de 100 bps faria mais sentido, para 12,25%, como a decisão mais acertiva diante do cenário atual. Essa postura mais agressiva busca pode reancorar as expectativas inflacionárias, que segundo projeções permanecera acima do teto da meta por 6 meses consecutivos em 2025.

A revisão do IPCA para 2025 reflete os desafios de uma política fiscal expansionista e a depreciação do real. Esse ambiente agrava a dificuldade de estabilizar a inflação e aumenta a pressão sobre o Banco Central para agir com rapidez e intensidade.

Embora o IPCA de novembro tenha desacelerado para 0,39% na comparação com o mês anterior, o acumulado em 12 meses subiu para 4,87%, reforçando a necessidade de medidas contracionistas. O dólar caiu hoje para R$ 6,04, e os juros futuros recuaram levemente, refletindo a expectativa de que o Copom adotará uma postura firme.

Na minha opinião, uma elevação de 100 bps é essencial neste momento para recuperar a credibilidade do Banco Central, especialmente diante das incertezas fiscais e das pressões inflacionárias crescentes. Sem ajustes robustos, a inflação seguirá acima do teto por um longo período. Contudo, é importante ponderar os riscos dessa política, como impactos negativos no crédito e no crescimento econômico.

VAMO3 e SIMH3 subiram impulsionadas pela proximidade da estreia da Automob Participações (AMOB3) na próxima segunda-feira (16), fruto da cisão do braço de concessionárias da Vamos. A operação foi bem recebida pelo mercado, refletindo expectativas positivas para o novo modelo de negócios. Simpar se valorizou com a estruturação estratégica da Automob, que reforça sua posição no segmento de concessionárias, beneficiando diretamente sua controlada da Vamos.

PCAR3 e ASAI3, Supermercadistas ganharam força com a desaceleração do IPCA para 0,39% em novembro, trazendo alívio nas expectativas de consumo e no poder de compra dos consumidores.

Entre as quedas, JBSS3. Frigoríficos enfrentaram ajustes técnicos após altas recentes, com volatilidade cambial pesando nas exportações. VALE3 também cai. Apesar da alta no minério de ferro, a realização de lucros após recentes valorizações contribuiu para o desempenho negativo da Vale.

Confira abaixo os dados de fechamento do Ibovespa e demais índices:

  • Ibovespa: 128.228,49 (+0,80%)
  • S&P 500: 6.035,01 (-0,29%)
  • Nasdaq: 19.687,24 (-0,25%)
  • Dow Jones: 44.247,83 (-0,35%)
  • Dólar: R$ 6,04 (-0,57%)
  • Euro: R$ 6,36 (-0,87%)

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