China realiza maior movimentação marítima em torno de Taiwan

O ministério da Defesa de Taiwan disse nesta 3ª feira (10.dez.2024) que o governo chinês realizou a maior movimentação marítima em torno da costa taiwanesa. Segundo autoridades do país, a operação chinesa foi a maior em quase 3 décadas, enviando cerca de 90 embarcações desde das ilhas do Japão até a região meridional da China.

O ministério informou que a movimentação do governo chinês deseja limitar a vinda de aliados como Estados Unidos e Japão em caso de ataque a Taiwan. Em fala a repórteres, o general e alto funcionário Hsieh Jih-sheng disse que a China “estendeu sua força militar para fora”.

A ação chinesa se dá depois das visitas do presidente de Taiwan, Lai Ching-te (Partido Democrático Progressista, esquerda), ao Havaí e a Guam, ambos territórios dos EUA no pacífico. Além de estreitar relações com o governo norte-americano, o líder reforçou a posição de Taiwan como um país independente e soberano, ideia contestada pela China, que enxerga a ilha como rebelde e separatista.

Autoridades de Taipei mencionam que a força marítima chinesa está bem presente nas costas sudoeste, leste e noroeste de Taiwan. Cerca de 47 aviões de guerra e 12 navios de guerra da China estariam próximos da ilha. O governo de Xi Jinping não se manifestou sobre as operações na região.

CHINA E TAIWAN

Taiwan, um território insular, separou-se da China em 1949 quando as forças comunistas venceram a guerra civil e tomaram o poder. O governo taiwanês realizou uma transição democrática ao longo de décadas.

Desde a separação, o governo chinês diz que Taiwan sempre foi parte de seu território e que é apenas uma ilha separatista. Autoridades taiwanesas, que recebem apoio dos EUA e da Europa, negam a posição da China e se consideram um país independente.

Exercícios militares chineses se tornaram comuns ao longo das últimas décadas para pressionar o governo de Taiwan, porém a ascensão do presidente Lai Ching-te em maio de 2024 intensificou as tensões.

O líder taiwanês reforçou a posição contra o discurso da China e prometeu resistir em caso de uma possível invasão ou tentativa de anexação do território. Do lado chinês, o chanceler Wang Yi disse que quem defender a independência de Taiwan será “duramente punido”.

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