‘Ainda Estou Aqui’ e Fernanda Torres são indicados ao Globo de Ouro

O longa-metragem “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, foi indicado ao Globo de Ouro 2025 na categoria Melhor Filme de Língua Não-Inglesa. Protagonista da trama no papel de Eunice Paiva, Fernanda Torres também aparece entre as indicadas na categoria Melhor Atriz.
O filme brasileiro irá concorrer à premiação com outras cinco produções: “Tudo Que Imaginamos Como Luz” (Payal Kapadia/Índia), “Emilia Pérez” (Jacques Audiard/França-México), “A Garota da Agulha” (Magnus von Horn/Dinamarca-Polônia), “The Seed of the Sacred Fig” (Mohammad Rasoulof/Irã) e “Vermiglio” (Maura Delpero/Itália).
Fernanda Torres terá como concorrentes ao prêmio de Melhor Atriz nomes conhecidos de Hollywood: Angelina Jolie, Nicole Kidman, Tilda Swinton, Kate Winslet e Pamela Anderson. A cerimônia da 82ª edição do Globo de Ouro acontece no dia 5 de janeiro.
No início de setembro, o filme estreou com momentos de emoção no Festival de Cinema de Veneza. Selton Mello e Fernanda Torres não conseguiram conter as lágrimas com a recepção calorosa do público após a exibição do longa.
Após o término da sessão, a produção brasileira foi aplaudida de pé por 10 minutos.
Apesar disso, o longa levou para casa o prêmio de Melhor Roteiro. O filme estreou nos cinemas brasileiros em 7/11/2024 e já passou de 2 milhões de espectadores no país.
Na trama, Eunice é vivida em fases diferentes da vida pelas atrizes Fernanda Torres e Fernanda Montenegro (foto).
O filme conta com um elenco de peso. Além das Fernandas Montenegro e Torres, estrelam o longa Selton Mello, Marjore Estiano, Humberto Carrão e Dan Stulbach.
O processo de realização do filme levou cerca de sete anos. O diretor Walter Salles chegou a frequentar a casa onde Rubens Paiva vivia antes de ser levado pelos militares e fez questão de conhecer sua família.
Além disso, o filme recebeu inúmeros elogios da imprensa internacional. Um deles foi direcionado à atuação de Fernanda Torres.
Ele nasceu em 26 de dezembro de 1929, em Santos, São Paulo, e desapareceu em janeiro de 1971, após ser preso por agentes da repressão.
Rubens Paiva era deputado federal pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e se destacou como um dos opositores do golpe militar de 1964, que depôs o presidente João Goulart.
Com a implantação do regime militar, ele teve seu mandato cassado e foi exilado no exterior por um período. Ao retornar ao Brasil, continuou a se posicionar contra o governo militar.
Em janeiro de 1971, Paiva foi preso em sua casa no Rio de Janeiro por agentes do DOI-CODI, um órgão de repressão da ditadura.
Após sua prisão, ele desapareceu, e as autoridades nunca admitiram oficialmente seu paradeiro ou destino. Anos depois, investigações apontaram que ele foi torturado e morto nas dependências militares.
Seu corpo nunca foi encontrado, e seu caso permanece como um símbolo das atrocidades cometidas durante a ditadura militar no Brasil.
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