Sexto oceano? Divisão da África pode levar à criação de um novo oceano; entenda os impactos

A Terra está em constante transformação, moldada por forças geológicas que remodelam sua superfície ao longo de milhões de anos. Um desses processos em andamento, no coração da África, pode eventualmente dar origem a um novo oceano e dividir o continente em duas partes.

Divisão da África pode levar à criação de um novo oceano – Foto: Freepik/Divulgação/ND

O geógrafo Christopher Moore, da Universidade de Leeds, no Reino Unido, explica que as placas tectônicas são enormes blocos de rocha que formam a crosta terrestre, flutuando sobre o manto viscoso do planeta. Esses blocos estão em movimento contínuo, impulsionados por correntes de convecção geradas pelo calor do núcleo terrestre.

A interação entre as placas tectônicas — seja por colisão, afastamento ou deslizamento lateral — dá origem a eventos geológicos como terremotos, a formação de montanhas e a criação de novas bacias oceânicas.

Na África Oriental, esse processo está em evidência no Grande Vale do Rift, uma falha geológica que se estende da Etiópia até Moçambique. Essa região é o epicentro de uma separação entre as placas tectônicas da Núbia e da Somália. Embora os movimentos sejam extremamente lentos, avançando apenas alguns milímetros por ano, eles têm o potencial de, com o tempo, dividir o continente africano em dois.

Apesar de levar milhões de anos para se concretizar, esse fenômeno tem implicações profundas para a geografia do planeta, prometendo transformar o meio ambiente de maneira significativa.

A divisão da África e um novo oceano

Embora os movimentos sejam extremamente lentos, avançando apenas alguns milímetros por ano, eles têm o potencial de, com o tempo, dividir o continente africano em dois – Foto: Freepik/Divulgação/ND

A região do Vale do Rift é marcada por fissuras e afundamentos de terra, evidências de que a crosta terrestre está sendo gradualmente esticada. Em países como Etiópia e Quênia, grandes rachaduras no solo já são visíveis.

Estudos indicam que, em 5 a 10 milhões de anos, a Placa Somalí se separará completamente, criando uma bacia que será preenchida pela água do Oceano Índico. Esse processo resultará na formação de um novo oceano, transformando o leste da África em um arquipélago.

Mudanças geológicas

Fenômenos como este não são inéditos na história do planeta. No passado, o supercontinente Pangeia se fragmentou, dando origem aos oceanos que conhecemos hoje. Um exemplo contemporâneo de transformação tectônica é a Fossa das Marianas, formada pela subdução de placas no Oceano Pacífico.

Outras regiões do mundo também estão sujeitas a mudanças semelhantes. Na Índia, o movimento tectônico pode levar à divisão do subcontinente, criando novos territórios ao longo dos próximos milhões de anos.

Impactos do surgimento de um novo oceano

Essas mudanças destacam o caráter dinâmico da Terra. O estudo de processos tectônicos não só ajuda a compreender nosso passado geológico, mas também fornece pistas sobre como o planeta continuará a evoluir.

Geólogos e pesquisadores utilizam dados de satélites, medições sísmicas e análises de campo para monitorar esses movimentos e prever suas consequências.

Além disso, a formação de um novo oceano na África pode ter impactos ambientais e econômicos globais. A criação de novas rotas marítimas e a alteração de ecossistemas são algumas das possíveis implicações desse evento.

A criação de novas rotas marítimas e a alteração de ecossistemas são algumas das possíveis implicações desse evento – Foto: Canva/Divulgação/ND

Terra — o planeta em constante transformação

Embora a formação de um novo oceano no leste da África seja um processo que levará milhões de anos, ele serve como um lembrete da natureza dinâmica da Terra. As forças tectônicas continuam moldando nosso planeta, garantindo que sua geografia nunca seja permanente.

Em um futuro distante, a configuração dos continentes e oceanos será completamente diferente, ilustrando a incrível capacidade de adaptação e mudança do planeta em que vivemos.