Descontos ilegais no INSS: CGU aponta esquema de fraude!

Uma recente auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) destacou uma série de possíveis irregularidades em descontos aplicados aos benefícios de aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A análise revelou que 98% dos entrevistados não autorizaram descontos de mensalidades associativas, sugerindo a prática de fraudes. Além disso, 96% dos participantes afirmaram não ter qualquer vínculo associativo, o que reforça a suspeita.

O foco da investigação foram 31 entidades que, por meio de acordos de cooperação técnica com o INSS, realizavam descontos diretamente na folha de pagamento. Nesse contexto, observou-se um aumento substancial nas receitas dessas organizações: de R$ 1,3 bilhão em 2023 para uma projeção de R$ 2,6 bilhões em 2024.

Quais são os indícios de fraude identificados?

Como parte das conclusões da auditoria, a CGU acentuou que algumas entidades registraram aumentos abruptos nos valores arrecadados através de descontos em folha. A recomendação foi que o INSS revise ou suspenda os acordos com essas organizações. Um aspecto preocupante é que mensalidades cobradas, acima de R$ 70 mensais, justificadas como pagamento por seguros e assistências, não são acessíveis à maioria dos associados.

Os dados indicam a prática de uma possível fraude massiva, com mais de 1 milhão de descontos indevidos que somam aproximadamente R$ 45 milhões. Este cenário levou à suspensão temporária de novos descontos, até que as adesões sejam autenticadas por meio de reconhecimento facial, além de outros documentos exigidos pela legislação.

Como as dificuldades de acesso agravam a situação dos beneficiários?

Descontos ilegais no INSS: CGU aponta esquema de fraude!
Créditos: depositphotos.com / rmcarvalhobsb

A localização das entidades envolvidas, frequentemente distantes dos aposentados, também foi ponto de preocupação. Muitas destas organizações têm suas sedes em estados diferentes do que reside o beneficiário, o que limita o acesso aos serviços prometidos. Mesmo quando há tentativa de atendimento remoto, a familiaridade restrita de muitos aposentados com ferramentas digitais representa um desafio adicional.

Famílias dos beneficiários relataram que muitas adesões ocorreram sem o consentimento dos aposentados, incluindo pessoas com deficiências graves ou que vivem fora do país, o que levanta dúvidas sobre a validade das assinaturas nos documentos de adesão.

Quais são os desafios na verificação da autenticidade das filiações?

Quando questionados, muitos aposentados não reconheceram suas assinaturas em documentos apresentados pelas associações, muito menos a filiação a qualquer entidade correspondente. Em 20 das 31 entidades investigadas, todos os entrevistados negaram qualquer tipo de filiação, o que destaca a necessidade de maior controle e transparência.

Empresários vinculados às práticas foram alvos de investigações por suspeitas de crimes como lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. A CGU instou o INSS a implementar verificações mais robustas das adesões e garantiu que o processo de investigação por parte das autoridades possa incitar reformas na regulação de descontos associados a benefícios previdenciários.

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